Unidade classista é a marca dos metalúrgicos baianos

A greve da categoria metalúrgica chega ao terceiro dia, ganha repercussão estadual pela adesão de 95% dos trabalhadores e pela forma unitária e classista do sindicalismo praticado pela Fetim – Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Estado da Bahia, com oito sindicatos filiados à CTB.

A Campanha salarial dos metalúrgicos baianos, com data-base em julho, chegou ao impasse depois de diversas rodadas de negociações e mediação do Tribunal Regional do Trabalho e Ministério Público do Trabalho, tornando a greve inevitável. A intransigência do Simed – Sindicato das Empresas Metalúrgicas no Estado da Bahia, em oferecer apenas 7% de reajuste salarial, enquanto a categoria reivindica 12%, não deu nenhuma opção aos trabalhadores, e a greve é por tempo indeterminado.

Segundo Silvio Pinheiro, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado da Bahia, e secretário de combate ao racismo da CTB, a proposta patronal não valoriza a mão de obra dos trabalhadores e não corresponde aos lucros do setor, que cresceu 16,9% no segundo trimestre deste ano, segundo dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado. “A mobilização da campanha salarial foi organizada em cada empresa, ouvindo cada companheiro, por isso agora nossa unidade é real; construída com luta e muita democracia. Neste terceiro dia de greve são 57 empresas paralisadas; a perspectiva é que a cada dia a adesão se amplie, pois apostamos na forma progressiva de fazer a greve.” Concluiu.

Diante da força do movimento algumas empresas já estão procurando a Fetim e os Sindicatos para discutir acordos específicos mantendo a Convenção. o movimento grevista se fortalece e as direções apostam que só a paralisação pode quebrar a intransigência patronal  e garantir o reajuste de 12%.

Para o presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo, os metalúrgicos baianos dão exemplo de organização e unidade classista na luta. “A greve começou nas empresas em Salvador e Região Metropolitana, e atingiu o maior centro do setor no estado, o Complexo Ford, em Camaçari, com 27 empresas parceiras e cerca de 10 mil trabalhadores. Com a forte mobilização dos metalúrgicos pude ver no primeiro dia da greve na Ford, ainda de madrugada, a garra da turma que chegou para pegar o primeiro turno contagiando a todos. Durante todos esses dias o que vimos foi aumentar a adesão, numa demonstração do trabalho de base dessas direções classistas dos Sindicatos filiados à Fetim e à CTB.

Por Kardé Mourão

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