Em greve, metalúrgicos de Salvador param dezenas de empresas

 

No primeiro dia de greve, nesta quarta-feira (8), os metalúrgicos paralisaram as atividades em mais de 30 empresas em Salvador e Região Metropolitana. No Complexo Ford, em Camaçari, onde atuam 27 empresas parceiras e cerca de 10 mil trabalhadores, o movimento começou ainda na madrugada, durante a chegada dos funcionários do primeiro turno. Cerca de mil carros deixarão de ser produzidos. Duas empresas de autopeças, fornecedoras da Ford, também tiveram as atividades interrompidas: a IMBE e a ThyssenKrupp.

Na Manserv, que presta serviços de manutenção a  Pólo Petromíquico, quase 400 funcionários também aderiram à paralisação. Na base de Salvador, a Papaiz, a mais tradicional fábrica de cadeados do país, também parou. A greve ainda se estendeu a três empresas do município de Simões Filho, Acopla, Brasforja e Apaevi.

Segundo o Sindicato, a expectativa é que a greve seja ampliada a cada dia até que o sindicato patronal aceite o reajuste de 12% reivindicado pela categoria. A proposta das empresas é de 7%, o que, de acordo com os dirigentes sindicais, não reflete o bom momento econômico dos empresários.

Intransigência patronal

A decisão de paralisar as atividades foi tomada em assembleia, semana passada, diante do esgotamento de possibilidades para o fechamento de um acordo, nas rodadas de negociação envolvendo o sindicato patronal e o sindicato dos trabalhadores.

Apesar da mediação feita pelo Tribunal Regional do Trabalho, o processo negocial chegou ao fim depois de meses de tentativas frustradas. “Agora, só nos restou a mobilização em massa para forçar as empresas a concederam o reajuste que a categoria merece”, diz Antônio Viana Balbino, presidente da Federação dos Metalúrgicos da Bahia. Para deflagrar a greve, o Sindicato cumpriu todos os trâmites legais, inclusive com comunicação formal ao sindicato patronal e à Justiça.

O setor metalúrgico na Bahia abrange diversas áreas, como informática, siderurgia e indústria automotiva. Somente no Complexo Ford, que engloba dezenas de empresas parceiras da montadora americana, em Camaçari, atuam quase 10 mil pessoas. O setor também está espalhado por toda a Região Metropolitana de Salvador, em municípios como Candeias, Simões Filho, Dias D’Ávila etc. “A greve acontecerá por base sindical. A cada dia, mais empresas terão suas atividades paralisadas até que o sindicato patronal aceite a proposta de reajuste pleiteada pelos trabalhadores”, avisa Balbino.

Segundo dados divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado, o setor metalúrgico na Bahia registrou crescimento de 16,9% no segundo trimestre deste ano. Somente nesse período, a Ford no Brasil, por exemplo, lucrou R$ 2,6 bilhões, R$ 932 milhões a mais do que o acumulado no primeiro trimestre de 2010.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia

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