Nesta terça-feira (31), a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) de Honduras realizou uma Assembleia Geral Aberta e decidiu convocar a população do país para participar de uma greve cívica nacional no próximo dia 7, terça-feira. O objetivo é protestar, principalmente, contra a norma que prevê pagamento aos trabalhadores, por hora de trabalho, e não por salário fixo.
A iniciativa atende a uma demanda pelo estabelecimento de um salário mínimo, em rechaço à lei de contratação de empregados por horas de trabalho, pela não privatização dos recursos naturais, como a concessão dos rios, entre outras causas.
De acordo com o sub-coordenador geral da FNRP, Juan Barahona, o ato antecede a uma possível greve geral, anunciada pelas quatro centrais sindicais do país. No entanto, ele ressaltou que “a greve civil não substitui nem paralisa a greve geral”, que está sendo preparada pelo comitê de greve nacional.
E como vem acontecendo em Honduras desde a ocasião do Golpe de Estado, em junho de 2009, a mobilização também protesta contra o regime do atual presidente Porfirio Lobo Sosa, segundo informou Barahona.
Durante a Assembleia, os participantes concordaram que os conflitos vividos no país, atualmente, têm origem política. Na ocasião, Carlos Reyes, integrante da Frente, enfatizou que antes da instalação do modelo neoliberal em Honduras, existiam mais sindicatos na iniciativa privada do que no estado. Entretanto, agora a situação é inversa, já que, segundo ele, existem mais sindicatos em empresas públicas do que nas privadas.
Diante da decisão da FNRP, as Feministas em Resistência publicaram um comunicado manifestando seu apoio para com a iniciativa. Elas afirmam que acompanharão o povo hondurenho “em sua luta contra a ditadura encabeçada pelo regime de Porfírio Lobo Sosa, responsável direto por uma série de violações de direitos humanos das mulheres, homens, jovens e crianças em Honduras”.
As Feministas enfatizaram que se somarão às ações de paralisação ou greve geral com o objetivo de defender os direitos humanos do povo hondurenho, “suas conquistas e direitos trabalhistas, soberania de seus recursos, o direito à terra de nossos campesinos, o direito à vida, integridade e o fim das perseguições aos integrantes da FNRP”.
A Frente Nacional também já convocou a população hondurenha para participar de uma mobilização nacional no dia 15 de setembro. A data é a mesma em que se celebra o aniversário de 189 anos da independência do Reino da Espanha. O esforço das entidades em apoiar as mobilizações é para conseguir a reintegração do país e avançar na efetivação e respeito dos Direitos Humanos de toda a população.
Agência Adital