3° ESNA inicia seus trabalhos reafirmando a unidade como estratégia de ação

Cerca de 300 delegados internacionais – vindos de 28 países – acompanharam ao lado de 200 delegados venezuelanos, na noite desta quarta-feira (21), em Caracas, a abertura dos trabalhos da terceira edição do Encontro Sindical Nossa America (ESNA). A unidade da classe trabalhadora foi a palavra de ordem do evento, repetida por todos os oradores, inspirados no ideário do libertador Simon Bolívar.

Outro tema que também fez parte da maioria dos discursos da noite foi o atual momento da crise econômica mundial.  Salvador Valdez, secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), afirmou ser uma falácia considerar que a crise foi superada. “Pela forma como ela foi confrontada, beneficiando àqueles que a criaram, isso é algo que não podemos aceitar”, avaliou.

Por outro lado, o dirigente cubano se mostrou bastante satisfeito com a ideia de unidade defendida por mais uma edição do ESNA. “Anima-nos ver que a cada encontro a resposta de nossas organizações seja maior”, disse.

Sem divisão

Para o coordenador-geral do ESNA e também secretário-geral da uruguaia PIT-CNT , Juan Castillo, o momento vivido pelos povos latino-americanos não admite nenhum tipo de divisão entre eles. “Nesse sentido, este é um espaço de construção de unidade para a luta, um espaço em que nossas diferentes opiniões se convergem”, disse.

Castillo lembrou que essa unidade não é algo facilmente conquistado, mas reafirmou que esse processo é muito valido, ao destacar os avanços já conquistados. Nessa mesma linha, destacou que as eleições de setembro, na Venezuela e de outubro, no Brasil, são fundamentais para a luta dos trabalhadores. “Seguramente a América não será a mesma se esses resultados forem adversos. Essa sorte não diz respeito somente a vocês, mas a todos nós. É necessário que haja um rotundo triunfo das forcas comprometidas com as mudanças”, disse.

Capacitação

Ramon Cardona, secretário da Federação Sindical Mundial (FSM) para as Américas, reforçou o discurso da unidade, mas foi além ao defender que os trabalhos do ESNA devem ter o papel de contribuir mais ativamente junto à sociedade. Para isso, ele afirmou ser necessário investir na formação de cada dirigente.

“A capacitação é imprescindível para nossa luta. Nossa missão deve ser a transformação social e o desenvolvimento de nossas sociedades. Para a FSM nas Américas, o mundo tem um enorme desafio e uma grande possibilidade de discutir a atual ordem vigente e propor alternativas”, comentou. “O movimento sindical não pode ser um mero expectador, mas um firme e ativo impulsionador das mudanças. Um lugar de vanguarda esta assegurado para os classistas nesse processo”, completou, ao defender a criação de um instituto para o ESNA, conforme se discutirá ao longo desta terceira edição.

Programação e objetivos

A abertura dos trabalhos serviu para que todos os delegados recebessem a programação do 3° ESNA, cujas principais atividades prosseguirão durante os dias 22 e 23. Estão programadas três oficinas, que discutirão a constituição de um documento político, uma plataforma de ação unitária e a criação de um instituto de Pesquisa, Formação e Assistência Técnica para a classe trabalhadora latino-americana.

Durante as atividades iniciais, os participantes do 3° ESNA também ouviram os objetivos do evento serem reafirmados: a defesa da democracia, da autodeterminação dos povos, a participação ativa do povo nos processos de transformação social da América Latina, o fortalecimento do espaço de debate, a unidade de ação e a solidariedade.

Na sexta-feira, último dia do 3° ESNA, os resultados das três oficinas serão levados ao plenário, ocasião em que também será divulgada a “Carta de Caracas”, dando continuidade à tradição dos documentos elaborados nas edições anteriores do evento, em Quito (Equador) e São Paulo (Brasil).

Fernando Damasceno – Portal CTB

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