Seis meses após o terremoto, Haiti sai da agenda internacional

Os sobreviventes do terremoto vivem em condições lamentáveis. Seis meses depois do desastre de Haiti, mais de um milhão de sobreviventes seguem vivendo em condições lamentáveis caracterizadas por saneamentos inadequados, acesso limitado aos serviços públicos, insegurança e escassez de alimentos. É o que afirma o comunicado do Serviço Jesuíta a Refugiados (JRS, por sua sigla em inglês).

“Já é hora de o governo haitiano, a comunidade internacional e as agências da ONU darem passos concretos que respondam às necessidades de proteção, segurança alimentar, educação, saneamentos, etc, das populações mais vulneráveis, incluindo as de quem vive nos acampamentos não oficiais. É essencial que os doadores internacionais liberem, sem restrições, os fundos prometidos ao Haiti e facilitem a participação da sociedade civil e política para administrar a crise humanitária e a reconstrução do país”, disse o diretor do JRS Haiti, Wismith Lazard.

As condições da maioria dos quase 1.400 acampamentos para deslocados internos ao redor da capital, Porto Príncipe, são extremamente preocupantes. Como exemplo, está o caso do maior acampamento de deslocados, Automeca, com uma população de 11 mil pessoas. Seus residentes seguem vivendo em barracos feitos de trapos e paus. Não há escolas nem eletricidade; o saneamento é precário. Quando cai uma tempestade, o lixo se espalha por todo o acampamento.

“Visitei acampamentos de refugiados e deslocados em todo o mundo, mas devo dizer que fiquei assombrado pelas espantosas condições de Automeca e de outros acampamentos. É uma desgraça nacional e internacional. Quase todas as pessoas com as que falei se queixavam da falta de comida e de outros produtos básicos”, disse o diretor do JRS EUA, Ken Gavin.

Enquanto muitas agências internacionais dizem virtualmente que a ajuda chegou a todos os sobreviventes, muitos receberam menos de três abastecimentos alimentares. Por exemplo, o Programa Mundial de Alimentos da ONU não distribuiu produtos alimentares no acampamento Automeca entre março e junho. O abastecimento de alimentos detém-se muito rápido sem ter em conta o impacto nos grupos mais vulneráveis. Enquanto JRS reconhece a necessidade de pôr em marcha a economia local, tem de tomar medidas para evitar o sofrimento desnecessário.

Com informações da Agência Adital

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