Aproximam-se as eleições de 2010. O povo brasileiro irá eleger o Presidente da República e o vice, os Governadores dos Estados e os vices, dois Senadores por Estado, Deputados Federais e Deputados Estaduais.
É situado nesse contexto, que o movimento sindical precisa se posicionar. Muito influenciado pelo economicismo, o movimento sindical como um todo não conseguiu, em alguns momentos, jogar um papel decisivo nas campanhas eleitorais. Na de 2010, parece-me que jogará um papel importante. Um dos principais indicadores é a mobilização e a organização para a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, a ser realizada no dia 1º de junho, em que dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras estarão reunidos no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, para discutir propostas relativas ao projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda.
A realização desta Conferência é um primeiro passo importante. Mas, após a sua realização é necessário continuar o envolvimento das centrais, confederações, federações e sindicatos no processo eleitoral.Como as entidades sindicais são representativas dos interesses da classe trabalhadora, podem ter muito peso em todo o processo eleitoral.
Cabe a cada uma dessas entidades reunir todos os seus diretores e militantes e estabelecer um plano de trabalho cujo objetivo é o de envolver os trabalhadores e as trabalhadoras nas eleições. A classe trabalhadora precisa desenvolver a consciência da importância da sua participação e com isso, cada vez mais a consciência de classe em si irá se transformando em consciência de classe para si.
Na elaboração deste plano devem ser debatidas as atividades que devem ser desenvolvidas pelas entidades, do mês de junho até outubro. É um tempo curto, mas que se bem aproveitado, poderá trazer grandes frutos. Devemos colocar a nossa criatividade para desenvolver atividades que possam colocar o movimento sindical num outro patamar de importância , no nível que essas eleições exigem, pela sua relevância para o futuro do nosso país. Um retrocesso às políticas neoliberais poderá trazer graves conseqüências à qualidade de vida do povo brasileiro.
Augusto Petta é sociologo, coordenador técnico do Centro de Estudos sindicais, CES, e coloborador da Revista Visão Classista