Resistir em defesa do patrimônio público e contra as privatizações

A era neoliberal instalou-se no Brasil, em especial, com o pretexto de “desafogar” o Estado e transmitir para a população a sensação de que as suas necessidades seriam atendidas com mais eficiência.

Os governos adotaram a liberdade de mercado como premissa para governar e, neste bojo, passaram a vender estatais a preço de banana para empresas privadas, inclusive com participação acionária estrangeira.

Foi o que aconteceu com a Telefônica, empresas energéticas e outras que são, sim, fundamentais para o desenvolvimento do país, no que diz respeito à auto-suficiência e soberania nacional.

A mesma coisa vem acontecendo em São Paulo, no setor de transportes. Os atuais governos do estado e do município estão a todo vapor encaminhando projetos de concessão do serviço de manutenção corretiva e preventiva da CPTM e do sistema de arrecadação do Metrô, CPTM, EMTU e SPTrans para a iniciativa privada, sem contar com a concessão da Linha 4 – Amarela do Metrô, que já está em curso.

No entanto, assim como, organizados com o Sindicato dos Metroviários de SP e toda a categoria metroviária, encaramos o desafio de manter a Linha 4 estatal, realizando até uma greve de 24 horas em agosto de 2006, vamos até as últimas conseqüências para defender o patrimônio público representado pelo sistema de arrecadação do transporte público.

O governo do estado blindou todas as bilheterias do Metrô, por exemplo, e modernizou sistemas e equipamentos do setor para, agora, entregar tudo pronto para que uma empresa privada administre, e lucre!

Somos totalmente contra esta prática e, por isso, foi criado o “Fórum em Defesa do Transporte Público, Contra as Privatizações”, do qual fazem parte os Sindicatos dos Metroviários de SP, dos Ferroviários de São Paulo, da Sorocabana (Sinfer) e da Central do Brasil; e Condutores de São Paulo.

Nossa organização tem incluído ações jurídicas, reuniões técnicas, manifestações públicas, panfletagens e realização de audiências públicas, sempre com o objetivo de conscientizar a população e agregar mais forças em defesa do patrimônio público.

Contamos com a mobilização de todos os sindicatos filiados à CTB, pois essa luta é de todos os paulistanos e brasileiros.

Nossa luta é pela valorização do Estado enquanto instituição gestora, da soberania nacional, da defesa dos direitos sociais e, como conseqüência, da prestação de serviços com qualidade para todos os cidadãos.


Flavio Godoi é ex-presidente do Sindicato dos Metroviários de SP e diretor da CTB SP

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