Milhares de hondurenhos chegam à capital e a San Pedro Sula

Milhares de hondurenhos chegaram à capital Tegucigalpa e ao município industrial San Pedro de Sula na manhã de hoje (11), Dia de Ação Global por Honduras. Os manifestantes exigem a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya. Ao meio-dia no horário local (15 horas em Brasília), cerca de cinco mil manifestantes já se concentravam no centro da capital. Apesar da forte militarização, a marcha seguia pacificamente.

As Estradas do Norte e do Sul, de acesso à Tegucigalpa, estão parcialmente tomadas por milhares de hondurenhos que chegam à capital. Eles estão se dirigindo ao Bulevar Juan Pablo II, no Centro da cidade, onde esperam os demais manifestantes que chegam de todos os pontos do país. Todas as ruas adjacentes estão bloqueadas.

A "Maya-tv.com" informou que as ruas próximas à Casa de Governo e ao Congresso Nacional foram militarizadas. Soldados e policiais, no entanto, apenas observavam os manifestantes, que marcharam pacificamente.

A esposa de Zelaya, Xiomara Castro, e sua filha, Xiomara Hortenzia, acompanharam as manifestações em frente à Casa Presidencial. "Estão tratando de dar informações falsas dizendo que em Honduras há paz", disse Castro, como informou a Telesul. "Não estão dando a informação adequada", reforçou.

Os grupos populares iniciaram a marcha nacional no último dia 5. A maioria vem dos departamentos de Santa Bárbara, Olancho, El Paraíso, Valle, Comayagua e de Choluteca. A marcha está sendo organizada pela Frente Nacional de Resistência contra o Golpe.

Delegação brasileira acompanha marcha em Tegucigalpa

Três brasileiros chegaram na madrugada de hoje (11) em Tegucigalpa para acompanhar a marcha nacional que culminou na capital e em San Pedro Sula. São o deputado estadual do PDT-SC (Partido Democrático Trabalhista – Santa Catarina), Amauri Soares; o secretário-geral do PCB-RJ (Partido Comunista Brasileiro – Rio de Janeiro), Ivan Pinheiro; e o dirigente nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Marcelo Buzetto.

Já em Tegucigalpa, o deputado Soares explicou o objetivo da visita a Honduras na manhã de hoje, em entrevista à Rádio Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina). "Não é nosso objetivo participar e intervir diretamente na política interna. Estamos aqui como observadores do processo político, evidentemente preocupados e torcendo pra que sejam restabelecidas as garantias constitucionais desse país", disse.

A delegação deve conversar com entidades civis e parlamentares do país, demonstrando apoio ao presidente deposto. "A nossa vinda até aqui é pra manifestar isso, pra fortalecer relações com as forças democráticas da América Latina, com parlamentares democráticos da América Central, também pra fazer solidariedade ao povo hondurenho", esclareceu o deputado à rádio.
 
"Nós temos certeza que qualquer injustiça cometida em qualquer parte do mundo faz parte da nossa vida. A América Latina não pode aceitar docilmente que os golpes de Estado voltem a acontecer, que as ditaduras voltem a acontecer no nosso continente", repudiou o deputado.

Fonte: Agência Adital

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