O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, vai se reunir com o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, em Brasília, provavelmente no próximo dia 12. A informação veio do Ministério de Relações Exteriores do governo brasileiro. O objetivo é reforçar a posição do país, que reconhece Zelaya como mandatário constitucional de Honduras.
Desde o golpe de Estado de 28 de junho, o Brasil aderiu a algumas iniciativas tomadas por outros governos. Além de manter o embaixador brasileiro designado para a Embaixada em Honduras no Brasil, o governo decidiu suspender acordos de cooperação com Honduras após
Zelaya ser deposto da presidência e expulso do país.
Sobre o assunto, o dirigente hondurenho José Obólio Fuentes, da Central Geral de Trabalhadores (CGT) de Honduras, avaliou que "o Brasil é um importante apoio para nós, porque ele é uma potência latino-americana". Fuentes está desde terça (4) na cidade brasileira de São Paulo, participando de ações solidárias ao povo hondurenho.
"O Brasil é o único país latino-americano que está em igualdade com os Estados Unidos. Ele é uma fortaleza para o povo hondurenho. A vinda do presidente [Zelaya] para o Brasil é um grande fato", avaliou.
Hoje (5), Fuentes afirmou que não acredita na postura do governo estadunidense de rechaço ao golpe de Estado. "É importante que os governos latino-americanos forcem [Barack] Obama a tomar uma posição firme", complementou.
Esta semana, Zelaya iniciou uma série de viagens a países que já se posicionaram contra o golpe de estado a fim de solidificar os apoios. Ontem mesmo esteve no México a convite do presidente Felipe Calderón, que ressaltou a solidariedade do governo mexicano ao presidente legítimo de Honduras.
Já hoje, Zelaya recebeu as chaves da Cidade do México das mãos do prefeito, Marcelo Ebrard, pediu apoio do Senado mexicano e participou de um ato público em solidariedade ao povo hondurenho.
Marcha marca Dia de Ação Global por Honduras
A partir de hoje (5), os movimentos sociais de Honduras vão marchar em direção à capital Tegucigalpa e à cidade de San Pedro de Sula, aonde chegarão na próxima terça (11), Dia de Ação Global por Honduras. A marcha é organizada pela Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Estado.
A data será marcada por mobilizações, atos políticos e culturais e ações de pressão contra o governo provisório de Roberto Micheletti. Os manifestantes partirão em caminhada das aldeias, comunidades, dos municípios e departamentos até alcançar as grandes cidades do país.
Na capital, os protestos se concentrarão em frente à Universidade Pedagógica Nacional, onde serão anunciadas as atividades de resistência pacífica.
Agência Adital