O Centro de Estudos Sindicais (CES) e a FACESP (Federação das Associações Comunitárias do Estado de SP), realizaram na última quarta-feira (29) um debate sobre cultura com Célio Turino, Secretário do Ministério da Cultura.
O evento ocorreu na sede da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e foi aberto por Silvio Almeida, representando o CES, seguido da apresentação de Davi Ramos, da FACESP, e Paulo Nobre da CTB-SP.
Na sua apresentação, Célio Turino detalhou as informações sobre as políticas públicas de cultura, as alterações previstas na Lei Rouanet, a nova fase dos pontos de cultura e a Lei do Vale Cultura.
SP perde verba para cultura
Célio Turino lembrou que o Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura, lançou no dia 23 de junho o edital para seleção de 300 novos Pontos de Cultura no Estado de São Paulo. “Nós tínhamos recurso de R$ 12 milhões por ano, mas o governo paulista não considerou relevante e nós redistribuímos para outros estados”, denunciou o secratário.
Célio Turino disse que 1500 pontos de cultura já foram criados e até o final do ano serão 2500. “A idéia do ponto de cultura está baseada na autonomia e no protagonismo das comunidades, sem discriminação. Trabalhamos com o sentido de cidadania cultural para estimular a capacidade transformadora que toda sociedade tem. Nós queremos trabalhar nessa diversidade”, concluiu Célio Turino.
O debate teve a participação ativa de diversos agentes culturais e, no final, Célio Turino respondeu todas as perguntas dos artitas populares e agentes culturais.
Debate subversivo
Para Tais Nascimento, do CUCA-SP e da UNE, o debate foi subversivo, pois mostrou que precisamos romper as barreiras do "apartheid cultural" que ainda persiste na visão dos tucanos que não querem apoiar a criação dos pontos culturais no Estado. "Nos encontros institucionalizados o papo não é tão proveitoso quanto essa fala do Célio Turino, que aborda temas da cultura erudita e popular com clareza e simplicidade, fácilitando a compreenção dos problemas que ainda temos que enfrentar", disse Tais.
Protagonismo de classe
Para Célio Turino, a CTB está sendo protagonista no debate sobre políticas culturais. “Um debate na CTB, que coloca a cultura na centralidade, é muito importante para a emancipação dos trabalhadores. Esta foi uma iniciativa positiva, também, para que outros sindicatos, além do Simpro-Campinas que já é referência importante na rede de pontos de cultura, apresentem seus projetos. Outro aspecto relevante é que na semana passada o presidente Lula e o ministro Juca Ferreira lançaram a Lei do Vale Cultura. Esperamos que a CTB coloque esta política em evidencia para permitir o acesso à cultura de todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil”, concluiu o secretário.
Lutas prioritárias
No final do debate, Silvio Almeida elencou as prioridades definidas pelos ativistas do movimento cultural, como a realização de oficina técnica para formatação de projetos, mobilização popular para reivindicar a aprovação das alterações na Lei Rouanet, pressão social para que a prefeitura de São Paulo publique o edital de criação dos pontos de cultura, campanha de divulgação do vale cultura, e o estudo para realização o Encontro Comunitário de Cultura.
Em breve, uma nova página do Portal CTB terá uma editoria cultural, e todos os artistas, ativistas e promotores culturais poderão enviar suas notícias para publicação.
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