O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou na noite desta terça-feira a ruptura das relações diplomáticas com a Colômbia. Chávez ordenou o retorno do seu embaixador de Bogotá para Caracas e ameaçou expropriar as empresas colombianas na Venezuela.
A decisão de Chávez foi motivada pelas recentes declarações do presidente Álvaro Uribe sobre o seu apoio às Farc – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. O governo colombiano afirma que as armas apreendidas nas mãos das Farc foram vendidas por um fabricante europeu à Venezuela.
Chávez nega as acusações de que forneceu armas à guerrilha colombiana e diz que tudo não passa de uma manipulação. Segundo ele, o armamento das Farc com selo venezuelano pode ter sido roubado nos anos 90 ou até mesmo clonado. A Suécia, país da empresa fabricante das armas apreendidas, pediu esclarecimentos ao governo venezuelano.
Os laços diplomáticos entre Colômbia e Venezuela pareciam se normalizar depois da grave crise entre 2007 e 2008. Mas a tensão voltou à tona desde o anúncio feito por Bogotá de que iria fazer novo acordo para os Estados Unidos utilizarem bases militares no país. Sentindo-se ameaçado, o presidente venezuelano afirmou ter feito nova parceria com a Rússia para compra de armas e exercícios militares. Acusando o governo do presidente Álvaro Uribe de vergonhoso e irresponsável, Chávez até ameaçou fechar o gazoduto que passa pelo país vizinho e pretende substituir importações da Colômbia por produtos do Brasil, Bolívia e Equador.
O governo da Colômbia ainda não reagiu às declarações e ameaças feitas por Hugo Chávez
(RFI)