O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, reivindicou nesta sexta-feira (23) o direito "de livre circulação dos hondurenhos", após as Forças Armadas suspenderem a passagem na fronteira do país com a Nicarágua.
Em coletiva de imprensa próximo à fronteira da Nicarágua com Honduras, Zelaya advogou por seu direito, como cidadão, de retornar ao seu país. "Permitam-me chegar à minha pátria, ao meu país, a abraçar o meu povo", disse o mandatário destituído dirigindo-se às autoridades policiais e militares.
Zelaya foi retirado à força de seu país no último dia 28 de junho, dia em que forças políticas e militares do país deram um golpe de Estado, instaurando no poder o parlamentar Roberto Micheletti.
Desde então, esta é a segunda vez que tenta ingressar a Honduras. Em 5 de julho, seu avião foi proibido de pousar no país. Nesta nova tentativa, entre outros, o acompanham o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, e o ex-guerrilheiro sandinista Edén Pastora.
"Não podem violar o direito de circulação, direito de pensamento do povo hondurenho", continuou o presidente, considerando que há várias possibilidades de ingresso ao seu país. "Podemos entrar pela Guatemala, El Salvador ou Nicarágua".
O mandatário, que ratificou que vai "em paz" e "sem armas", também agradeceu aos líderes do Mercosul por suas declarações de apoio, emitidas durante a 37ª cúpula do bloco, realizada esta manhã.
"Agradeço à presidente (argentina) Cristina Kirchner, a Tabaré Vázquez (do Uruguai), a Evo Morales (da Bolívia), ao presidente Lula, ao presidente (paraguaio Fernando) Lugo e aos demais membros que se pronunciaram de forma enérgica", disse.
Reunidos em Assunção, onde participam hoje da cúpula do Mercosul, os presidentes de Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Bolívia e Chile (estes dois últimos países associados ao bloco) emitiram uma declaração conjunta com a advertência de que não reconhecerão nenhum processo eleitoral realizado pelo governo de fato de Honduras.
"O governo constitucional e legítimo de Honduras é o encabeçado pelo presidente Manuel Zelaya, cuja integridade física e a de todos os membros do seu governo é fundamental preservar", defende o texto.
Vermelho