A economia mexicana será a mais afetada na América Latina por causa da atual crise internacional, sendo que, para esta ano, estima-se uma queda de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo o informe anual da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).
Em seu Estudo Econômico da América Latina e Caribe 2008-2009, atualizado em 30 de junho deste ano, a Cepal coincide com as projeções reveladas no último dia 8 de julho pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que previu uma contração de 7,2% da economia mexicana.
Embora a Cepal também prognostique a queda das economias de outros nove países da região, o decréscimo do PIB mexicano não possui comparação com os índices correspondentes ao resto da região.
Dentre esse grupo de países se encontram Costa Rica e Paraguai com uma baixa de 3%; Honduras com 2,5%; El Salvador com 2%; os países do Caribe com 1,2%; Chile, Nicarágua e Brasil com 1% respectivamente.
A secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, indicou que a falta de inversão no setor energético é uma das causas pelas quais o México foi o país com menor crescimento na região latino-americana no período expansivo de 2003 a 2008, e é agora o de maior queda nesta recessão.
Assim mesmo, a funcionária se referiu à baixa arrecadação tributária e a marcada desigualdade do ingresso como outro dos fatores que obstruem o crescimento econômico do país.
Sustentou, além disso, que a eventual recuperação da economia mexicana, disse, dependerá do que ocorra com a dos Estados Unidos, "à qual se encontra diretamente vinculada".
O informe da Cepal ainda estabelece que a Bolívia e o Panamá serão os países com maior crescimento econômico durante 2009 com um incremento de 2,5% em seu PIB, seguidos pelo Peru e Haiti, com uma alta de 2%; Argentina com 1,5%; Cuba, Equador, República Dominicana e Uruguai com 1%; Colômbia com 0,6%; e Venezuela com 0,3%.
De modo geral, a economia da América Latina e Caribe cairá 1,9% este ano e a recuperação prevista para 2010 será insuficiente para reverter o aumento do desemprego que provocará a crise.
De acordo com o estudo da Cepal, a contradição, provocada pela crise financeira surgida nos países desenvolvidos, a terminou um ciclo de seis anos consecutivos de crescimento da região e suporá um aumento do desemprego de 7,4% – apresentado em 2008 – para 9%.
A projeção de uma contração de 1,9% supõe uma terceira revisão à baixa por parte da entidade desde maio deste ano, quando previa uma queda do PIB regional de 0,3% este ano, o que foi agravado em junho para 1,7%.
Aumentou a pobreza no México
Em paralelo à Cepal, o Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social (Coneval) do México revelou um estudo que mostra que o número de pobres nesse país norte-americano aumentou em seis milhões.
Segundo a medição do Coneval, durante o governo do ex-presidente mexicano, Vicente Fox, a pobreza de patrimônio diminuiu de 53,6 para 42,6%, enquanto que a pobreza alimentar passou de 24,1 para 13,8%.
No entanto, durante 2007 e 2008, com a administração do atual presidente, Felipe Calderón, as cifras dispararam. Os pobres de patrimônio cresceram de 42,6 para 47,4% e os que não possuem recursos nem para comer aumentou de 13,8 para 18,2%.
Dessa maneira, os 44,7 milhões de mexicanos que não possuem os ingressos suficientes para satisfazer necessidades básicas como saúde, alimentação, moradia, vestimenta, transporte e educação em 2006, se converteram em 50,5 milhões em 2008.
Por outro lado, o Centro de Investigação Trabalhista e Assessoria Sindical registra dados de estudos independentes sobre uma população nacional dos arredores de 107 milhões de pessoas, dos quais 60 milhões estão na pobreza e uns 35 milhões, na pobreza extrema.
A notícia é da TeleSul