Seguem os preparativos para a segunda rodada de diálogos que buscará soluções para o retorno da democracia em Honduras. Enquanto isso acontece, líderes latino-americanos afirmam que o golpe no país foi dado com o consentimento estadunidense. Ontem (16), tanto o presidente venezuelano, Hugo Chávez, quanto o líder comunista cubano, Fidel Castro, acusaram os Estados Unidos de aprovarem a atitude dos militares em Honduras.
De acordo com nota da Prensa Oficial da Venezuela, divulgada ontem, o presidente Hugo Chávez declarou que os golpistas hondurenhos não realizaram nenhum ato sem o consentimento dos militares que estão na base dos Estados Unidos em Soto Cano, localizada no sul de Honduras. "Que ninguém tenha a menor dúvida de que os militares de Honduras não deram um passo sem a aprovação dos militares que estão na base de Estados Unidos, que está em Honduras, e sem a aprovação do Departamento de Estado", considerou.
Chávez acredita que o presidente estadunidense, Barack Obama, não sabia do golpe de Estado. Entretanto, para o mandatário venezuelano, isso não quer dizer que os Estados Unidos não tenham envolvimento no caso. "Obama é Obama, o império é o império, a CIA é a CIA. A mão estadunidense está metida em todos os golpes de Estado que deram neste continente", afirmou.
A opinião é compartilhada pelo líder cubano, Fidel Castro, quem também acusou Estados Unidos de aprovar o golpe em Honduras: "É absolutamente falsa a ideia de que o embaixador dos Estados Unidos em Tegucigalpa, Hugo Llorens, ignorava ou desalentava o golpe. Conhecia-o, assim como os assessores militares norte-americanos, que não cessaram um minuto de treinar as tropas hondurenhas".
]Nas declarações, divulgada ontem no site Cubadebate, Fidel denuncia que o golpe de Estado em Honduras foi organizado por funcionários de confiança do ex-presidente estadunidense, George W. Bush. "Cada dia se conhecem novos detalhes de Estados Unidos nessa ação, que terá também repercussão em toda América Latina", comenta.
Dessa forma, para Fidel, a única saída é pedir aos Estados Unidos que se afastem do caso. "O único correto neste momento é demandar do governo de Estados Unidos que pare sua intervenção, deixe de prestar apoio militar aos golpistas e retire de Honduras sua Força Tarefa", aponta.
Para tentar solucionar a situação de Honduras, acontecerá, amanhã (18), a segunda rodada de negociações entre as delegações do presidente legítimo, Manuel Zelaya, e do governo de fato, Roberto Micheletti. O diálogo acontecerá na residência do presidente da Costa Rica, Óscar Arias Sánchez, quem será o mediador.
Portal CTB com Agência Adital