Zelaya dá ultimato ao governo de fato para ser restituído ao poder

O clima de incerteza permanece em Honduras desde o golpe de Estado ocorrido no dia 28 de junho. Hoje, a Frente Nacional de Resistência ao Golpe convocou todo o país para intensificar a mobilização nacional em defesa da democracia e do retorno do presidente legítimo, Manuel Zelaya, ao poder.

De acordo com comunicado da Frente Nacional, a intenção é que todos os cidadãos contrários ao golpe – incluindo sindicatos, movimentos e organizações populares, federações estudantis, entre outros – manifestem-se até a capital hondurenha. "Milhares de pessoas estão se mobilizando de todo o país até Tegucigalpa, por todos os meios, inclusive caminhando pelas estradas", afirma o comunicado.

Ontem (13), movimentos sociais e organizações populares de Honduras, agrupadas na Frente Nacional contra o Golpe de Estado, decidiram em assembleia aumentar as ações para conseguir a restituição da ordem constitucional e a volta de Zelaya ao poder. Paralelamente a isso, de acordo com informações da Telesul, membros dos seis colégios do magistério confirmaram a decisão de prosseguir a greve.

Entretanto, a indefinição de como serão os próximos dias no país aumentou ainda mais ontem, após o ultimato dado por Zelaya ao presidente de fato, Roberto Micheletti, para que o restitua ao poder. Segundo informações de Página 12, Zelaya deu um ultimato ao regime golpista "para que, mais tardar, na próxima reunião que se realizará nesta semana, em São José da Costa Rica, cumpra-se os mandados expressos das organizações internacionais e da constituição de Honduras".

De acordo com o veículo de comunicação, Zelaya afirmou que, se Micheletti continuar impedindo seu retorno ao país como presidente constitucional, declarará as mediações fracassadas e promoverá outras medidas. As afirmações do presidente legítimo, no entanto, geraram incertezas na população hondurenha. Segundo a Telesul, enquanto alguns setores da sociedade estão alegres com a decisão de Zelaya, outros estão preocupados, pois temem que o presidente legítimo seja assassinado quando tentar voltar ao país.

Os conflitos entre manifestantes e militares em Honduras também não estão perto de acabar. De acordo com informações da Telesul, durante o final de semana até hoje, já foram apresentadas pelo menos 40 denuncias de violações dos direitos humanos no país. Ademais, vários setores denunciam que o governo de Micheletti promove uma "caçada" aos ministros de Zelaya, acusando-os de supostos crimes de corrupção. A intenção dos golpistas seria desestabilizar o governo legítimo e fazer com que a população – acreditando que é corrupto – não apoiasse o retorno de Zelaya.

Adital

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