A Organização Internacional de Direitos Humanos pelo Direito a Alimentar-se (FIAN, por sua sigla em inglês) em Honduras emitiu ontem (13) um comunicado repudiando os crimes cometidos pelo governo provisório de Roberto Micheletti. Dentre várias exigências, a entidade pede à Justiça hondurenha que investigue e aplique a lei em uma tentativa de assassinato e em quatro execuções.
Segundo a organização, o Estado hondurenho tentou assassinar o membro do Partido Unificação Democrática (UD) e da FIAN Honduras Fabio Evelio Ochoa Hernández, no dia 23 de junho.
A entidade ainda responsabiliza o governo de fato pelo assassinato de Gabriel Fino Noriega, correspondente da Rádio América, em San Juan Pueblo, no dia 3 de julho; Ibis Obed Murillo, filho do pastor evangélico, José Murillo, membro da COFADEH (Comitê de Familiares de Detidos e Desaparecidos em Honduras), no dia 5; e outros dois membros do Partido UD, Roger Iván Bados González, no dia 11, e Ramón García, no dia 12.
"Todos esses atos contra a vida humana foram premeditados, executados com armas de fogo e presumidamente consumados por sicários, excetuando o caso de Ibis Obed Murillo, cujo assassinato é responsabilidade de um efetivo das Forças Armadas", assegura o organismo.
A nota da FIAN Honduras rechaçou o golpe de Estado que depôs e expulsou do país o presidente Manuel Zelaya no último dia 28. A organização recorda que a Constituição da República de Honduras condena o golpe de Estado e o tipifica como delito de traição à pátria, que poderá ser deduzida através de ofício ou petição de qualquer cidadão.
O organismo exige "a observância ao respeito dos direitos individuais e o pronto retorno à vida institucional, com respeito à independência dos poderes do Estado".
A FIAN afirma que as práticas repressoras contra hondurenhos e estrangeiros "já custaram vidas, danos físicos e psicológicos, assim como prejuízos a bens daqueles que se opõem à autoridade ilegal, imposta pelos autores intelectuais e materiais do golpe de Estado".
O documento pede a suspensão das detenções, seqüestros, invasões de domicílios e expulsões do país. A FIAN enfatiza a invasão de domicílio, seqüestro e expulsão de Zelaya e da secretária de Estado nos Despachos de Relações Exteriores, Patricia Rodas Baca. A nota ainda recorda o sequestro do caricaturista do jornal El Heraldo, Allan Mcdonald.
Ontem, a Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH, por sua sigla em inglês) condenou a retenção e as intimidações a jornalistas da TeleSUL e da Venezuelana de Televisão (VTV) em Honduras. Segundo a CIDH, na noite de 11 de julho, policiais detiveram quatro membros das equipes televisivas.
Depois de liberados, os repórteres foram impedidos pelas forças policiais de sair do hotel durante várias horas. "As equipes de ambos os canais tiveram que abandonar o país por considerar que existia um grave risco de seguridade para continuar cumprindo com seu trabalho", afirmou a CIDH.
Portal CTB com Agências