O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, deposto em um golpe de Estado no domingo, pediu nesta quinta-feira a seus apoiadores que permaneçam nas ruas no país até que ele regresse para retomar o governo, o que pode ocorrer no próximo fim de semana.
Em uma entrevista coletiva concedida no Panamá, o mandatário confirmou que trabalha em uma estratégia para a volta, apoiada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que deu ao novo governo do país um prazo de 72 horas para que Zelaya fosse restituído.
Perguntado sobre detalhes do plano, no entanto, o presidente evitou fazer revelações.
"É um plano que estou elaborando com a própria comunidade hondurenha, e que também é apoiado por autoridades internacionais", explicou.
"Queremos que o povo se manifeste, saia às ruas e sustente sua bandeira de luta. A rua é do povo, e não vamos perder espaço", prosseguiu.
Zelaya disse não temer o retorno e indicou que dentro das Forças Armadas há setores que o apoiam.
"Há muitos protestos e mal-estar principalmente entre os mais jovens", ressaltou.
Ele foi preso por militares na madrugada de domingo e enviado à Costa Rica. Para seu lugar o Congresso nomeou o presidente da casa, Roberto Micheletti.
Também durante a entrevista, o mandatário informou que "centenas de pessoas ficaram feridas" devido à repressão ordenada pelo governo que o substitui e denunciou a ocorrência de censura.
"O governo de fato interveio em emissoras, fechou canais de televisão e prendeu jornalistas", afirmou.
"Envergonhado, digo que Honduras não merece o que estão fazendo", ponderou.
Ao fazer referência a sua destituição, Zelaya a definiu como uma ação orquestrada por uma "elite aristocrática", e pediu ao novo governo "que não mantenha o país prisioneiro".
"Deem uma chance para que Honduras se desenvolva. Corrijam seu erro a tempo para que tudo volte à paz", complementou.
Portal cTB com Agências