O movimento sindical de Mato Grosso do Sul vai ficar mais forte a partir desta sexta-feira (15) com a instalação da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) no Estado. A solenidade que marcará esse momento histórico da luta sindical será nesta sexta-feira às 9 horas na sede do SINTRAE/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no MS) às 9 horas, durante um café da manhã com diversas autoridades sindicais.
A presidência regional da entidade deverá ficar com o professor e advogado Ricardo Martinez Froes, presidente do SINTRAE/MS. Ele convida sindicalistas da Capital e interior para participar da solenidade de instalação dessa central sindical.
Segundo Froes, a CTB no Brasil nasceu animada pelo espírito desta luta classista que atravessa a história moderna, descrevendo uma epopéia de glórias, conquistas e avanços no sentido da humanização das relações sociais, libertação dos povos e combate ao colonialismo e neocolonialismo.
Foi num momento segundo o sindicalista – em que o capitalismo internacional, liderado pelas potências imperialistas e embriagado pela ideologia neoliberal, quer colocar abaixo o próprio Direito do Trabalho e todo o progresso obtido nas relações sociais. Nasceu para resistir a esta ofensiva reacionária, disfarçada de pós-moderna e pós-industrial; para defender os direitos sociais e a democracia, em aliança com todas as forças progressistas da nossa sociedade;para levantar a bandeira da valorização do trabalho e do socialismo do século XXI. Nasceu como uma central sindical classista, unitária, democrática, plural, de luta e de massas.
Em Mato Grosso do Sul, assim como em todo o Brasil a CTB, segundo o sindicalista,está compromissada com os seguintes princípios e objetivos:
Unidade – A busca da mais ampla unidade da classe trabalhadora é um princípio basilar da CTB. Nossa classe se compõe de trabalhadoras e trabalhadores de diferentes categorias, ramos e setores da economia, jovens e idosos, ativos e aposentados,negros, brancos e índios, empregados e desempregados, formais e informais, rurais e urbanos, públicos e privados.
Democracia – A democracia, representativa e participativa, é essencial para a unidade e a luta da classe trabalhadora e do movimento sindical. A vida democrática que a CTB defende é fundamentada na participação ativa dos trabalhadores e trabalhadoras nos embates políticos e na vida das entidades sindicais,definição de suas reivindicações, mobilização para a luta, eleição dos órgãos dirigentes, revogação de mandatos, liberdade de expressão e debate, bem como o respeito às decisões da maioria.
Independência classista – Defendemos a liberdade e autonomia sindical. Queremos nossas entidades livres e independentes dos patrões, governos, credos religiosos e partidos políticos na definição dos seus objetivos e campanhas e na luta pela transformação social.
Solidariedade e internacionalismo – A CTB deve promover os valores da solidariedade de classe, em âmbito local, nacional e internacional, em contraposição ao individualismo predatório propagado como suprema virtude pela concorrência capitalista e pelo neoliberalismo.
Ética na política – A ação política deve ser guiada por princípios éticos,idéias e objetivos elevados. Nossa ética está embasada nos princípios do humanismo, do respeito e solidariedade entre os seres humanos e os povos, do compromisso com os interesses coletivos da classe trabalhadora, com a vida e o meio-ambiente, com a justiça social e com a paz e a fraternidade humana.
Combate à discriminação – Não aceitamos os preconceitos, as discriminações e as intolerâncias, seja de cor, raça, etnia credo, origem, geração, classe social, gênero ou orientação sexual.
Emancipação das mulheres e dos negros – Compartilhamos a convicção de que sem a emancipaçãodas mulheres, dos negros e outros segmentos oprimidos e discriminados da nossa sociedade não se poderá falar em libertação da classe trabalhadora e tampouco será aberto o caminho para uma nação justa, fraterna e igualitária.
Socialismo – A razão de ser do movimento sindical é a luta já secular contra a exploração do trabalho pelo capital. A vitória completa do sindicalismo pressupõe, por conseqüência, o fim da exploração e de todo tipo de discriminação, a prevalência daigualdade, da justiça social, da fraternidade e da paz entre as nações.
Defesa dos direitos sociais – Frente à feroz ofensiva do capitalismo neoliberal contra os direitos conquistados pela classe trabalhadora durante os últimos séculos, é indispensável defender com energia a manutenção e ampliação dos direitos sociais; o efetivo direito ao trabalho, à saúde, à segurança, à livre escolha da profissão; o livre, inalienável e irrestrito direito de greve; a redução progressiva da jornada de trabalho; a universalização dos direitos sociais e dos serviços públicos; o aumento da participação dos salários na renda nacional; a remuneração digna e igualitária.
Transparência – Os sindicatos e entidades sociais e populares não são empresas. Seu objetivo central não é o lucro e sim a luta por igualdade e justiça econômica, política e social. Nossos sindicatos precisam estimular a reeducação dos corpos, almas e mentalidades, contribuindo para a preparação dos novos homens e das novas mulheres para uma nova sociedade.
Desenvolvimento sustentável – Vivemos hoje uma séria e profunda crise ambiental, que coloca em risco a sobrevivência do planeta e da civilização humana. Defendemos uma sociedade que valorize o ser humano, a natureza e a vida. Mais que nunca, hoje é fundamental construir um amplo movimento ambientalista de cunho socialista e anticapitalista.
Educação – A CTB concederá especial atenção à educação e formação da classe trabalhadora, indispensável à elevação da consciência social e consolidação de uma identidade classista, essencial à luta por uma sociedade sem explorados e/ou exploradores.
(Por Wilson Aquino ,Pantanal News)