Nos últimos dias temos visto pipocar greves e paralisações em várias categorias de trabalhadores pelo mundo afora. Greve geral na França. Petroleiros no Brasil. Sergipe não fica de fora. As primeiras paralisações envolveram os médicos do Município de Aracaju e os professores da rede pública estadual. Depois os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e, mais recentemente, os procuradores do Município também iniciaram um movimento grevista.
Na semana passada os rodoviários de Aracaju também realizaram uma forte paralisação no transporte coletivo da capital. Tiveram uma grande vitória política contra um patronato atrasado e avarento. Após três dias de greve, os motoristas e cobradores retornaram ao trabalho, mas mantendo o estado de greve. Demonstraram combatividade e um potencial extraordinário de luta. Conquistaram 7% de reajuste salarial.
A tendência para os próximos dias é de mais categorias realizando lutas e paralisações, especialmente no serviço público. O anúncio de reajuste de apenas 1%, feito pelo prefeito da capital, coesionou praticamente todos os servidores do Município de Aracaju.
Os professores já estão em greve. Enfermeiros e demais trabalhadores da saúde cruzam os braços também nos próximos dias. No plano estadual, os militares estão se mobilizando e têm feito campanha publicitária na mídia, mostrando sua importância para a sociedade sergipana.
Antes da crise, os gestores públicos dos diversos níveis da administração pública utilizavam o argumento da Lei de Responsabilidade Fiscal; agora, tal qual os patrões da iniciativa privada, têm se apoiado no discurso da crise para negar as reivindicações dos servidores públicos.
O mais importante diante do atual quadro é que o movimento sindical tem deixado de lado suas diferenças e começa a realizar atividades conjuntas pelo Brasil afora, a exemplo das manifestações do último dia 30. Parece que mais uma vez nos inspiraremos no exemplo que vem da França. Greve geral!
José de Souza é presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe