Cairo, 2 abr (EFE).- A Irmandade Muçulmana anunciou hoje seu apoio à greve geral convocada para na próxima segunda-feira no Egito em protesto contra o presidente Hosni Mubarak e para pedir reformas.
A organização -ilegalizada desde 1954, mas ainda assim um das principais da oposição egípcia- descreveu o protesto como "um direito constitucional e legal" dos egípcios e o batizou como "Dia da Ira".
A greve do próximo 6 de abril tem o objetivo de comemorar o primeiro aniversário de outro protesto, em que trabalhadores do setor têxtil se manifestaram contra a pobreza e pediram melhorias trabalhistas, como aumentos salariais.
Houve distúrbios e incêndios e três pessoas foram mortas pela Polícia na cidade de Mahlla al Kubra, no delta do rio Nilo e principal centro têxtil do país.
Em dezembro do ano passado, a Justiça egípcia condenou 22 pessoas a penas entre três e cinco anos de prisão, por insuflar estes protestos.
Esta declaração da Irmandade Muçulmana põe fim às especulações sobre sua participação ou não neste protesto, convocado por ONGs.
"A Irmandade Muçulmana convoca o povo egípcio para mostrar sua raiva e protestar no dia 6 de abril contra as políticas e práticas do regime -de Hosni Mubarak- que esbanjou a riqueza do país", declara em nota.
O posicionamento da Irmandade Muçulmana -organização da qual se originaram a facção palestina Hamas e a rede terrorista Al Qaeda- forma um novo desafio ao Governo de Mubarak.
Há apenas uma semana, 14 de seus integrantes foram presos em duas províncias do norte do Egito.
Da EFE