Um dos principais fatores analisados pelos delegados (as) presentes para decidir sobre a desfiliação, foi que a CUT perdeu sua autonomia em relação ao governo depois da eleição do presidente Lula, deixando de lado importantes reivindicações da classe trabalhadora, esvaziando suas propostas de luta.
A vontade dos trabalhadores
O plebiscito que se iniciou no dia 14 de dezembro, foi encerrado na manhã desta quinta-feira (18), quando foram apurados os votos. O processo contou 2.850 votos válidos, sendo que 51% da categoria metroviária decidiu pelo sim, pela filiação à CTB. As urnas durante esse período rodaram as áreas, abrangeram todas as escalas para que todos os metroviários participassem do processo.
Salaciel Fabrício Vilela, secretário adjunto da CTB Nacional, acredita que prevaleceu a vontade dos metroviários. “Eu entendo que um dos principais pontos para os metroviários terem se filiado à CTB, é o reconhecimento e respeito pelos que representam a central. E outro fator preponderante foi a categoria ter entendido que um sindicato cujo presidente é também presidente da central em que estará filiado vai fortalecer e muito às lutas e embates da categoria” afirma.
Metroviários: uma categoria forte
O sindicato dos metroviários é um dos mais significativos na cidade de São Paulo. Com mais de 6 mil trabalhadores filiados é considerado um sindicato estratégico. Filiado à CUT desde 1990, atualmente, para a maioria de seus representantes a central não vinha cumprindo seu papel junto à categoria com unidade, sem sectarismo.
Para Wagner Fajardo, secretário geral do sindicato e presidente da Federação Nacional dos Metroviários, o sindicato tem sido uma referência de luta no movimento sindical. “Ele estar concretizando sua filiação à CTB e os metroviários referendando essa decisão no plebiscito é uma demonstração da sintonia que os metroviários tem com o sindicalismo classista que luta por transformações na sociedade brasileira” conclui.
Vitória da democracia
Para os representantes dos metroviários que lutavam para a sua filiação à CTB, esse processo foi um exemplo de democracia. Onofre Gonçalves (à esquerda na foto), secretário geral da CTB – SP, concorda com essa afirmação. “Eu acho que o processo foi importante não só para os metroviários, como para todos trabalhadores brasileiros. Mostra que a democracia em nosso país existe, principalmente no sindicato dos metroviários. A categoria reconheceu a importância da CTB e de suas propostas para os trabalhadores” .
De acordo com Wagner Gomes, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e da CTB, esse é um momento muito significativo para a central. “A categoria referendou duas vezes a filiação à CTB, no congresso e no plebiscito. Uma demonstração de democracia poucas vezes vista”. Para Gomes o sindicato dos metroviários será fundamental para o crescimento da nova central em São Paulo.
“A filiação do sindicato à CTB reforça, e muito, a central. E o sindicato também sai fortalecido nessa nova empreitada que é ajudar a construir a CTB, uma central plural e democrática. Foi uma grande vitória. Agora é fazer com que o sindicato se envolva com os projetos da CTB. Vida longa à CTB!”
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