Uma marcha de organizações bolivianas continua hoje na localidade de Panduro com passo acelerado para La Paz, onde se espera que chegue na próxima segunda-feira para demandar uma lei de convocação ao referendo constitucional.
Fidel Surco, presidente da Coordenadora Nacional para a Mudança (CONALCAM), que organizou esta manifestação, cujo ponto de saída foi a localidade do altiplano de Caracollo, assinalou que a medida também contribuirá para refundar a Bolívia, se a nova carta magna for aprovada.
Surco também instou aos parlamentares e a governadores opositores que facilitem a consulta, via mais democrática para aceitar ou rejeitar o atual processo de mudança.
Pouco mais de 15 mil pessoas em representação dos nove departamentos e de diferentes setores sociais iniciaram o percurso de uns 200 quilômetros a pé até a cidade sede do governo, pedindo a aprovação da nova lei de leis.
O convencimento na necessidade de pôr em vigor o projeto de constituição como via para a refundação da Bolívia se ergue na maior inspiração para resistir às desfavoráveis condições imperantes na trajetória.
Surco afirmou que essa caminhada será uma demonstração para o país, a América Latina e o mundo da opinião da maioria dos bolivianos.
Como prova da importância para o resto do continente do processo de transformações que hoje vive a Bolívia, na marcha participam dirigentes sindicais do Brasil, Argentina e Chile.
Ontem, ao liderar esta manifestação, o presidente Evo Morales assinalou que pela magnitude de suas demandas será uma festa histórica, marcada também pela alegria e acompanhada como nunca antes por bandas de música.
Também instou às comunidades que ao longo do percurso, a serem solidárias com os manifestantes, como parte da tradição local.
O chefe de Estado também convidou aos parlamentares que debatem as modificações à carta magna, aprovada em Oruro em dezembro passado, a se somarem à caminhada, mas com a norma aprovada que viabilize a consulta sobre a Constituição.
Igualmente criticou aos latifundiários da região oriental do país que realizam campanhas difamatórias sobre as essências da nova lei de leis, porque temem perder seus privilégios, destacou.
Prensa Latina