A cidade de Bissau parou nesta terça-feira (7) por causa da greve geral convocada pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), e que está marcada para se encerrar na próxima quinta-feira, em protesto contra o aumento do nível do custo de vida.
O trânsito na cidade é quase inexistente e, exceto por alguns táxis, não há circulação de transportes públicos nem automóveis particulares. A UNTG representa cerca de 50 mil trabalhadores, 18 mil dos quais são funcionários públicos.
"A incapacidade dos últimos governos para controlar o aumento do nível do custo de vida e o injustificável atraso no pagamento de salários na Administração" são algumas das razões apontadas pelo secretário-geral da maior central sindical guineense, Desejado Lima da Costa, para a convocação da greve.
"Os trabalhadores guineenses estão no momento submetidos ao estatuto de mendigos, manifestamente pela prática de má governação", afirmou Desejado Lima da Costa.
Segundo o dirigente sindical, a greve pretende "contrariar o ambiente de 'salve-se quem puder' e da falta de prioridades na ação do governo".
Os funcionários públicos guineenses têm atualmente dois meses de salários em atraso, tendo recebido no final do mês de setembro o salário referente a julho.
A greve da UNTG pretende protestar também contra a ausência de medidas do governo para reduzir o impacto da crise mundial no custo de vida da população da Guiné-Bissau.
Atualmente, o preço de um saco de 50 quilogramas de arroz, base alimentar dos guineenses, custa 22 mil francos (cerca de 33 euros). O salário mínimo na Guiné-Bissau é de 28 mil francos (cerca de 42 euros).
Da redação do vermelho com agências