Organizações haitianas vão realizar no dia 10 de outubro uma manifestação diante da Presidência da República, em Porto Príncipe, para exigir a anulação da dívida externa, paz, democracia, respeito à soberania do povo haitiano e a retirada imediata das forças estrangeiras da Minustah. No dia 15 de outubro, vence a licença concedida pelo Congresso Brasileiro para que as tropas militares continuassem a operação no Haiti.
Movimentos sociais, entidades de direitos humanos e pastorais sociais, engajados na campanha de solidariedade ao povo haitiano, pretendem realizar uma série de manifestações em diversos países da América Latina. Em comunicado, as organizações haitianas pedem o apoio dos movimentos para que termine a ocupação militar no país e também solidariedade com aqueles atingidos pelos furacões.
"Nosso povo está, então, confrontado a esta terrível situação na qual a cada dia trava-se uma luta pela sobrevivência, para obter água potável, víveres e socorro, que só chegam a conta-gotas, apesar das declarações dos chefes de Estado e das organizações internacionais. A ONU anunciou há três semanas, que uma ajuda de 198 milhões de dólares seria oferecida para o Haiti, e a instituição lamenta que, apesar dos compromissos de ajuda assumidos pelos governos, somente 2% desta soma efetivamente chegaram ao país!", denunciam.
As entidades criticam o pagamento da dívida externa criada pelos governos corruptos: "Esta dívida não é do povo haitiano! Exigimos que não saia mais nenhum dólar de nosso país para os cofres dos bancos e das instituições financeiras internacionais. O dinheiro dos haitianos deve permanecer com o povo haitiano, que precisa dele mais do que nunca. Nós, organizações haitianas, nos dirigimos ao governo e lhe pedimos a anulação pura e simples desta dívida de 1,3 bilhão de dólares".
Denunciam também a falta de humanidade com o povo haitiano: "O governo, no seu imobilismo e incúria, esconde-se atrás da presença de organizações humanitárias e, sobretudo, dos militares da Minustah, encarregando-os de encaminhar os víveres e o socorro. Lembremos que foram George Bush e o governo estadunidense que decidiram e organizaram, há quatro anos, esta nova ocupação do Haiti, servindo-se do anteparo da ONU para impor ao Haiti um exército de ocupação de 9.000 soldados. Pois então, agora que houve os furacões, eles teriam se tornado subitamente salvadores e benfeitores do povo haitiano?".
Em São Paulo, os movimentos programam um ato na Avenida Paulista, 2163, em frente ao Escritório do Governo Federal, para pedir ao governo brasileiro que não renove o mandato das tropas brasileiras na Minustah e para que retire imediatamente os soldados do Haiti. As entidades pedem também que os cidadãos enviem cartas para pressionar as autoridades. As mensagens devem ser enviadas com cópias para Camille de Jubileu Sul Haiti [email protected] e para Jubileu Brasil [email protected]
Logo abaixo, seguem os endereços eletrônicos das autoridades brasileiras:
Dep. Arnildo Chinaglia, Presidente da Câmara dos Deputados
[email protected] e [email protected]
Senador Heráclito Fortes – Presidente da Comissão de Relações Exteriores: [email protected] e [email protected]
Ministro Celso Amorim, Ministério das Relações Exteriores: [email protected]
Ministro da Defesa: [email protected]
Ministra da Casa civil: [email protected]
Secretaria Geral da república: [email protected]
Gabinete Pessoal do Presidente da República: [email protected]
Um modelo de mensagem pode ser acessado aqui.