"O Grupo de Amigos da Bolívia vai atuar para evitar o pior, o enfrentamento. Em segundo lugar, descobrir a possibilidade de criar um terreno de negociação", disse Garcia, no Palácio do Planalto, acrescentando que a possibilidade de intermediação tem o aval de Morales.
De acordo com Garcia, representantes do grupo poderão ir a La Paz nos próximos dias. Além dele próprio, o ministro interino das Relações Exteriores, Samuel Guimarães, e o chanceler argentino Jorge Taiana podem visitar o país vizinho. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) já está preparado para a possível viagem que, segundo o assessor, depende de uma sinalização do governo de Morales.
"Todo o mecanismo de deslocamento está preparado. O momento tem que ser definido pelo governo boliviano", afirmou.
Durante conversa hoje (11), por telefone, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Morales afirmou estar pessimista em conseguir um acordo com a oposição e espera uma mobilização dos movimentos sociais em defesa de seu governo.
O Brasil teme que a crise no vizinho afete não só o fornecimento de gás, como também o processo de integração sul-americana. "Qualquer desestabilização em um país com a situação geopolítica da Bolívia poderia acarretar prejuízos extraordinariamente grandes para os processos de integração da América do Sul e criar um precedente muito perigoso para a região".
Garcia informou que o governo tem acompanhado a situação na Bolívia de perto nos últimos dias. Além dos presidentes dos países vizinhos, o Palácio do Planalto e o Ministério das Relações Exteriores estão em contato com a embaixada brasileira na Bolívia e com os chanceleres dos países vizinhos.
"Não tem nenhuma negligência do Ministério das Relações Exteriores em relação á Bolívia", garantiu o assessor de Lula.
(Agência Brasil)