Com pouco mais de três meses de existência, o Portal da CTB, ainda num momento de transição, ultrapassa a marca das 31 mil visitas. Estamos ainda engatinhando, mas este percurso mostrou que a nossa central tem potencial para implementar um sistema de comunicação amplo e capilarizado. O objetivo e fazer as informações da CTB fluírem tanto da direção para as bases quanto das bases para a direção e consolidar o nosso projeto de comunicação.
Com este objetivo, estamos formatando uma proposta de um seminário no qual pessoas com conhecimento sobre comunicação popular falariam para um público formado por comunicadores ligados à CTB de todo o país. É nossa intenção formar uma rede de colaboradores abrangendo dirigentes e profissionais de comunicação de todas as entidades ligadas à nossa central.
Nosso Portal está passando por uma reformulação no layout e, consequentemente, passará por uma fase de inovação em sua linha editorial. Para tanto, é fundamental a colaboração de cada membro da CTB que de alguma forma interaja com a comunicação. E assim fazer do nosso Portal uma ferramenta que seja uma referência para o campo sindical, popular e progressista — com ampla divulgação de nossas idéias classistas e unitárias.
Fronteira do avanço do capitalismo
A comunicação popular possui grande potencial transformador e democratizante. Entre os desafios postos para os movimentos sociais e as organizações populares brasileiras está o de democratizar a mídia e de tornar efetivo no Brasil o direito à comunicação — fundamental nos processos de compreensão do mundo do trabalho. Seus veículos são o principal espaço de circulação de informação e cultura e alguns dos mais importantes para a referência de valores e formação política.
Não é novidade que os grandes meios de comunicação são, cada vez mais, importante instrumento de difusão da ideologia dominante — cuja forma atual prega a prevalência dos mercados sobre as pessoas e do individual sobre o coletivo, do capital sobre o trabalho. Para além da função ideológica, as comunicações têm se transformado, nas últimas décadas, em importante fronteira do avanço do capitalismo, com a mercantilização crescente da cultura, da informação e do conhecimento.
No Brasil, a formação da mídia se confunde com a história da elite dominante. Não é à toa que parte majoritária das oligarquias locais tem como um de seus braços o controle de grupos de mídia com características oligopólicas, geralmente afiliados a redes nacionais. Como sustentáculo deste processo, o Estado sempre esteve a serviço da manutenção deste modelo.
Quadro concentrado da mídia
A força do setor é materializada, no momento atual, quando mesmo com a entrada de um legítimo representante popular na Presidência da República — Luis Inácio Lula da Silva —, pouco foi feito para mudar o quadro e alterar as bases de poder de quem comanda os principais meios de comunicação no Brasil há décadas.
Para não ficar só nos argumentos, alguns dados que comprovam o quadro concentrado da mídia brasileira: seis grupos empresariais constituem 80% das emissoras de rádio e TV no país. Enquanto isso, o Brasil só agora começa a implantar um sistema público, conforme prevê a Constituição.
Comunicação contra-hegemônica
Esta situação, de conhecimento de todos que sofrem cotidianamente com a censura privada do pensamento único, demanda pensar saídas que apontem concretamente para a democratização da mídia no país.
Todo este conjunto de temas está relacionado à necessidade de fortalecimento de uma comunicação popular e contra-hegemônica, que sirva aos lutadores por uma sociedade justa e sem exploração nem opressão. Uma sociedade em que os trabalhadores tenham de fato voz e vez. É com este objetivo que estamos trabalhando para melhorar cada vez mais a comunicação da CTB.
*Secretário de comunicações da CTB.