Mais de um milhão de mulheres aderem rapidamente a grupo contra Bolsonaro no Facebook

A vida não anda fácil para o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro. Além de ver a sua rejeição subir nas pesquisas, mesmo após o episódio da facada que levou na quinta-feira (6), em Juiz de Fora (MG), mais de um milhão de mulheres aderiu ao grupo fechado do Facebook, Mulheres Unidas Contra Bolsonaro.

A sua candidatura se manteve estável nas pesquisas do Ibope e do Datafolha, divulgadas recentemente, crescendo na margem de erro, mas viu sua rejeição subir consideravelmente, principalmente no eleitorado feminino.

Nesta quarta-feira (12), o grupo superou a marca de um milhão de integrantes, cerca de 10 mil adesões por minuto. “Esse é um fato novo e alvissareiro na política brasileira”, afirma Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB. “As mulheres estão se posicionando com firmeza contra um candidato com posições amplamente contrárias à igualdade de direitos”.

O grupo, criado em 30 de agosto, é apartidário e pretende se contrapor ao “avanço e fortalecimento do machismo, misoginia e outros tipos de preconceitos”, diz texto de apresentação na página do Facebook.

Isso porque “acreditamos que este cenário que em princípio nos atormenta pelas ameaças as nossas conquistas e direitos é uma grande oportunidade para nos reconhecer como mulheres”, complementa o texto de apresentação.

Para participar do grupo clique aqui

“O grupo é fechado e as pessoas que aderem precisam ser autorizadas a participar porque o candidato, segundo informações, possui mais de 400 mil robôs nas redes sociais e isso poderia comprometer o funcionamento do grupo, além da violência costumeira de seguidores do candidato extremista”, explica Kátia Branco, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-RJ.

Para Celina, a participação das mulheres nesta eleição é fundamental. “Somos a maioria da população e do eleitorado, temos que fazer valer a nossa voz e os nossos direitos”, diz. “A CTB luta pela igualdade de gênero e defende mais mulheres na política e no poder”.

A publicitária Ludmila Teixeira, uma das organizadoras do grupo, diz à revista Exame que “ele representa tudo que é de atraso na luta pelos direitos das mulheres, ele ataca diretamente a licença maternidade” e defende “a diferença salarial entre homens e mulheres”.

As mulheres compõem 52,5% do eleitorado, segundo o Tribunal Superior Eleitoral e conforme a pesquisa mais recente do instituto Datafolha, o candidato do PSL é rejeitado por 49% das mulheres e com curva ascendente.

“As manifestações misóginas, racistas e LGBTfóbicas do candidato dos banqueiros são costumeiras”, reforça Celina. “Agora nas eleições tenta desmentir o que disse e vem dizendo, mas está tudo registrado”.

“Estamos a poucos dias de mudar os rumos do país”, acentua Celina. “Agora é arregaçar as mangas e trabalhar incansavelmente para elegermos candidaturas comprometidas com a classe trabalhadora, com a causa da emancipação feminina, contra o racismo e a discriminação de gênero”, conclui.

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

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