Primeiro de Maio num Porto não muito Alegre

Neste Primeiro de Maio de 2018, vivemos um momento político de conservadorismo e de implementação de um projeto ultraliberal que retira direitos trabalhistas e sociais e que busca acabar com a soberania nacional entregando nossas riquezas e privatizando o patrimônio público brasileiro. 

Este cenário é resultado direto do golpe de 2016; após chegar ao poder de maneira ilegítima, Temer pôs em prática um programa de governo que não foi aprovado nas urnas em 2014 e que tem como tônica responder aos interesses estrangeiros e da elite financeira, situação que prejudica o povo, aumenta as desigualdades e acirra a luta de classes. A reforma trabalhista, que acabou com a CLT e com os direitos conquistados pela classe trabalhadora, significa colocar os(as) trabalhadores(as) de joelhos, sem nenhuma garantia de que que haja condições de trabalho adequadas e salários dignos. Esta reforma trouxe impactos nefastos na vida do nosso povo e acentua ainda mais as desigualdades de gênero no mercado de trabalho, colocando as mulheres em desvantagem ainda maior.

Neste processo de desmonte e de ataque aos direitos do povo, estão alinhados com Temer o governador Sartori e o prefeito Marchezan. Eles compõem um mesmo projeto golpista, entreguista e privatista que tomou de assalto a democracia brasileira, o Rio Grande do Sul e Porto Alegre. E não vão sossegar enquanto não retirarem todos os nossos direitos, criminalizarem os movimentos sociais e populares e privatizarem tudo.

Liquida Porto Alegre

Desde janeiro de 2017, a cidade de Porto Alegre anda de marcha ré com sucessivos ataques e retrocessos que acontecem diariamente. Nossa capital se encontra nas mãos de um prefeito que está de costas para a população e não esconde seu objetivo principal: LIQUIDAR PORTO ALEGRE.

O prefeito Nelson “Malchezan” Júnior faz MAL à cidade de Porto Alegre, à educação, à saúde, à assistência social, ao saneamento e à água, à segurança, ao transporte, à cultura, ao patrimônio público e cultural, ao carnaval, ao esporte e ao lazer, enfim, faz MAL a todas as políticas públicas e a população da nossa cidade que tem o direito de morar e ter atendimento de qualidade nos equipamentos públicos, seja nos postos de saúde, nas escolas municipais e outros.

Marchezan vê a cidade como Mercadoria, e não se preocupa em garantir moradia para quem precisa. Esta gestão em pouco tempo está destruindo nossa cidade e roubando nossos direitos. A população sofre com a falta das políticas públicas, e nós servidores(as) sofremos com a precarização, com o assédio moral e a tentativa de nos amordaçar.

Nelson Marchezan Jr, o pior gestor que nossa cidade já teve, na semana passada foi à Câmara Municipal apresentar novamente seu pacote de maldades contra o serviço público e os(as) trabalhadores(as) de Porto Alegre, dentre as quais mudanças no plano de carreira, no fundo de pensão e aposentadoria.

Ao todo, são 14 projetos que reafirmam a intransigência, a falta de diálogo, o descaso com as crianças, com a juventude, com idosos(as), com as mulheres e homens que vivem dias de completa insegurança e medo, com uma espada na cabeça que é resultado da péssima gestão de um prefeito que se elegeu com a maioria dos votos nulos e é inimigo dos(as) servidores(as) públicos e amigo do MBL.

Desta forma o Brasil, o Rio Grande do Sul e o “Porto não muito Alegre” vivem sob o comando de gestores que incorporaram o discurso da modernidade para enganar a população, e que não escondem querer o modelo de Estado mínimo.

Tudo isso — entre muitas outras questões que pioraram a vida de nosso povo nos últimos dois anos — mostra que estamos diante de um Primeiro de Maio em que não há o que comemorar. Mas, também indica que esta data e todo o ano terá de ser de muita união e luta para barrar novos ataques e reverter os já implantados e para que possamos retomar o caminho do desenvolvimento com distribuição de renda e direitos garantidos. Conseguimos, com muita resistência, barrar temporariamente a reforma da Previdência. Isso mostra que a unidade popular pode mudar o que está ruim. Portanto, como vice-presidenta da CTB no Rio Grande do Sul, conclamo a todos e todas para estarem nas ruas no Primeiro de Maio — em Porto Alegre, estaremos na Redenção a partir das 10h em defesa das liberdades democráticas, em defesa dos direitos das(os) trabalhadores(as), em defesa da soberania do voto popular e por Lula Livre — e em todos os atos e manifestações futuras. Somente assim, vamos conseguir fortalecer nossa unidade e construir um país em que a classe trabalhadora seja respeitada e valorizada!

Silvana Conti é vice-presidenta da CTB-RS.

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