Dia Internacional das Meninas e a luta das garotas para melhorar o mundo

Criado pela Organização das Nações Unidas em 2012, o Dia Internacional das Meninas – 11 de outubro -, é uma ótima oportunidade para refletirmos acerca da educação de milhares de meninas no mundo sobre o discurso da meritocracia que trata pessoas com oportunidades diferentes como iguais e em que bases estamos construindo o futuro das nossas meninas.

Em especial, daquelas meninas que fazem parte das estatísticas de maior vulnerabilidade social, criadas pela ausência do estado para quem mais precisa de seu braço forte. Que sofrem os horrores da pobreza extrema, das guerras, do trabalho infantil, da exploração sexual, da violência em suas inúmeras manifestações.

Segundo o levantamento da Unesco em 2016, cerca de 16 milhões de meninas entre 6 e 11 anos nunca irão à escola.

O Brasil registrou 60.018 casos de estupro em 2017 (um aumento de 8,4% em relação a 2016), o que corresponde a uma média de 164 por dia, ou um a cada 10 minutos. 68% dos registros de estupro no sistema de saúde é de estupros de menores. Os dados são do 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que foi divulgado em agosto deste ano.
Precisamos refletir e nos posicionar frente a essa onda conservadora, que assola nosso país, que prega a intolerância e procura negar a legitimidade do protagonismo das mulheres na construção de um mundo mais justo e fraterno e tolhe a formação e a existência de nossas meninas.
Os governos e sua política econômica, tem um papel fundamental na garantia de políticas públicas de enfrentamento à violência, educação, saúde, moradia, lazer e condições dignas para a formação das meninas.

Precisamos nos indignar e nos posicionar firmemente frente ao desmonte do estado nacional com o golpe de 2016. Neste momento em especial, quando vamos decidir o rumo da política econômica que definirá sob que condições nosso povo viverá, não podemos deixar que tenha prosseguimento um projeto à revelia das necessidades dos trabalhadores e das trabalhadoras, a pauta lesa pátria, reformas antipopulares e a entrega das nossas riquezas ao capital internacional.

Não podenos compactuar com um projeto de um parlamentar medíocre, tosco, fascista, alçado a candidato ao mais alto posto do país, que considera que meninas são fruto de uma “fraquejada” e que as mães e avós que criam e sustentam suas famílias produzem desajustados e marginais.

As mulheres lutaram e lutam lado a lado com os homens na construção do nosso país e muito para conquistar mais espaço e o direito de escreverem suas histórias com as próprias mãos, onde sejam as personagens principais desde que nascem. E essa luta não pode ser ceifada nem na infancia, nem na adolescência, nem na vida adulta.

Precisamos nos posicionar firmemente por um projeto coletivo que tenha em seus princípios direatrizes que garantam o direito fundamental das meninas a uma educação que lhes proporcione as oportunidades necessárias para te tem direito à una vida sem medo da violência doméstica, da cultura do estupro, do feminicídio e crescerem com dignidade, com a oportunidade de emancipação e o direito de serem donas de suas próprias escolhas.

Essa não é uma luta apenas das mulheres. Essa luta é uma luta de homens e mulheres que acreditam na democracia como princípio para a edificação de uma sociedade com oportunidades iguais para todos e todas.

Que as nossas Luísas, Lauras, Marias, Carolinas, Nathálias, Marias, Carolinas, Helenas, Sofias, Isadoras, Dudas, Beatrizes, Julinhas, Manus, Ana Claras, Lídias, Inêz, enfim, que todas as nossas meninas, possam futuramente, ter para além de mais oportunidades, mas oportunidades iguais que lhes garantam a possibilidade de uma vida digna e de serem agentes pela luta e garantia de direitos iguais, para todos e todas no Brasil e no mundo.

#DayOfTheGirl

#RespeitaAsMina

Isis Tavares é presidenta da CTB-AM e secretária de Gênero da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Foto: Conexão Planeta


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