ONU pede investigação sobre “uso massivo de força letal” por Israel em massacre de palestinos

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu “uma investigação independente e transparente sobre o uso desproporcional e massivo de força letal” durante o massacre ocorrido em Gaza no dia 30 de março, quando a Marcha pelo Direito de Retorno, em direção à fronteira da Faixa de Gaza com Israel, foi reprimida pelas forças de segurança israelenses e matou 17 e feriu 1.500 palestinos.

O Ministério da Saúde da Palestina declarou emergência e solicita que as pessoas se dirijam aos hospitais para doarem sangue e evitar que mais palestinos engrossem a lista de óbitos. 

Dentre os mortos no ataque israelense, está o escultor Muhammad Abu Amro, de 22 anos, executado por franco atiradores sionistas enquanto fazia uma escultura na areia de uma praia em Gaza.

O último trabalho deixado por Amro nas areias da praia foi a hashtag voltarei. Em cima da mensagem estão duas bandeiras da Palestina. A repressão sionista não permitiu que Amro voltasse, mas os palestinos estão dispostos a prosseguir a luta por esse direito previsto, inclusive, na Resolução 194 da ONU, a Organização das Nações Unidas, que em seu décimo primeiro artigo assegura o direito de retorno aos refugiados.

Todas as lideranças políticas que organizaram a Grande Marcha pelo Direito de Retorno, como é conhecida a manifestação na Palestina, foram enfáticas em alertar que o protesto era pacífico e conclamaram Israel para que não agredisse os palestinos que participavam do ato, que tinha a participação, inclusive, de crianças e idosos.

De nada adiantaram os apelos do Hamas e dos demais grupos políticos. Israel promoveu mais uma carnificina nesta sexta-feira, 30, em que se comemora o Dia da Terra na Palestina. Nessa mesma data em 1976, Israel assassinou seis palestinos que participavam de manifestações contra um plano sionista de expropriação de mais territórios da Palestina.

Israel sempre tentou sufocar manifestações que denunciassem as atrocidades que o sionismo comete contra os palestinos. Já passou com um trator até em cima de uma ativista estadunidense que queria evitar a derrubada de casas palestinas há 15 anos. Agora também quer censurar professores universitários que apoiam o movimento BDS (Bloqueio, Desinvestimentos e Sanções) contra Israel.

E por isso, transformaram uma manifestação pacífica dos palestinos, que denuncia ao mundo que Israel nega a eles o direito de voltarem a sua terra, em um banho de sangue. Mas a Marcha pelo Direito de Retorno escancarou para o mundo que Israel expulsou 800 mil palestinos de suas terras e residências, em 1948, para assentar em seu lugar colonos israelenses.

E que impede até hoje que eles, que tiveram suas terras e casas tomadas pelos sionistas, possam retornar ao país nem ao menos para visitá-lo. E que seus descendentes também são proibidos de entrar na Palestina. A Marcha pelo Direito de Retorno expõe para o mundo que de lá para cá, os palestinos continuaram a ser sistematicamente assassinados e expulsos de suas terras e residências pelos israelenses.

Denuncia que a Guerra dos Seis Dias, em 1967, é outro episódio condenado pela ONU. E que nesse ataque, Israel se apossou de novos territórios da Cisjordânia, como o setor oriental de Jerusalém e que agora Donald Trump quer transformar em capital de Israel.

Mas a resposta enfática das lideranças palestinas demonstra que a feroz repressão imposta por Israel não será capaz de silenciar o povo. “O terrorismo de Israel não nos intimidará”, entecipam os organizadores da Marcha pelo Direito de Retorno.

Do Instituto Brasil Palestina (Ibraspal) 
 
 

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