Em plenária na OIT, representante da UIS-Transporte denuncia precarização do setor

A CTB participa da 104ª reunião da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que começou desde a última segunda-feira (1) e se estende até o dia 13 de junho em Genebra (Suíça) com a presença de delegações de 185 países.

Representando a UIS-Transporte (União Internacional de Sindicatos), organização setorial da Federação Sindical Mundial (FSM), o secretário-adjunto de Relações Internacionais da CTB, José Adilson Pereira, fez um discurso, nesta quarta (4), no qual denunciou as más condições que o setor enfrenta em todo o mundo destacando os impactos negativos que a terceirização “ampla, geral e irrestrita” trará para os trabalhadores brasileiros caso o projeto de lei seja aprovado pelo Senado e sancionado pela presidenta Dilma Rousseff.

O sindicalista informou que práticas como a desregulamentação, a precarização e a privatização das empresas públicas fazem com que os trabalhadores dos transportes tenham seus direitos desrespeitados.

Neste sentido, ele expressou que a Reforma Trabalhista no Chile, impulsionada pela presidenta Michelle Bachelet no fim do ano passado, viola a liberdade sindical, apesar de aquele país ter ratificado convênios da OIT que asseguram estes direitos. “O projeto que o governo chileno enviou para o parlamento reconhece somente a negociação coletiva por empresa e não por ramo, setor ou por categoria”, denunciou.

Um exemplo da vulnerabilidade da categoria citado por ele foi o caso dos 42 metroviários que foram demitidos em São Paulo, após realizarem histórica greve em 2014, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e o Metrô violaram o direito à greve, garantido pela constituição brasileira. Em abril deste ano, 37 deles foram readmitidos por determinação da Justiça, mas eles só devem ser reintegrados quando não houver mais possibilidade de recurso, já que o Metrô detém uma liminar que impede a readmissão. “Denunciamos diante deste Organismo Internacional e exigimos a reincorporação dos metroviários (…) exigindo um transporte público e de qualidade e contra a externalização e a privatização”, falou. 

José Adilson afirmou que a democratização dos espaços de trabalho e a luta contra a perseguição política é uma das principais bandeiras da UIS Transporte. “Em quase todos os países há o aumento do assédio moral (…) a coação dos empregadores para que os trabalhadores não se associem aos sindicatos, consolidando os espaços do trabalho em espaços ditatoriais, visando impedir a livre associação e a livre expressão dos trabalhadores”, alertou.

Os debates relacionados ao mundo do trabalho seguem durante toda a conferência que tem o formato tripartite, com representes dos trabalhadores, empresários e governos.

Portal CTB 

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