Lidiane Gomes: movimento sindical pode ajudar a tirar o Brasil das amarras da escravidão

A entrevistada do “Vídeo da Semana”, da TV Agência Sindical, desta quarta-feira (22), foi a secretária da Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, seção São Paulo (CTB-SP), Lidiane Mariana da Silva Gomes.

Ela respondeu ao jornalista João Franzin e começou ressaltando o trabalho desenvolvido pela Secretaria da Igualdade Racial da CTB nacional. “A nossa secretária, Mônica Custódio, vem fazendo um excelente trabalho para que todos os estados criem a sua secretaria”, afirma. “Em São Paulo estamos nesta luta há 2 anos e no Congresso da CTB-SP criamos a nossa secretaria”.

Para Gomes, “a CTB-SP não poderia ficar sem desenvolver de maneira organizada essa luta, porque o estado de São Paulo produz muita riqueza ao mesmo tempo em que produz muita exclusão e nós sentimos na pele essa exclusão”.

Neste momento, de acordo com ela, o fundamental do movimento negro é combater o genocídio da juventude negra, pobre, moradora da periferia. “Estão matando nossos jovens e isso tem que parar”.

Assista o “Vídeo da Semana” com Lidiane Gomes 

Perguntada sobre se o professorado também sente a discriminação promovida pelo mercado de trabalho, onde negras e negros são os primeiros a ser demitidos, os últimos a serem realocados e têm os salários menores, principalmente as mulheres negras ela falou das dificuldades da população negra na educação.

“O problema do professorado é a desvalorização total que sofre na educação brasileira”, acentua. “A educação é colocada em segundo plano no país”. De acordo com ela, “a presença de negros no ensino público é pequena, mas no ensino privado é ínfima”.

Para a sindicalista e ativista do movimento negro, “a gente não consegue sair das amarras da escravidão e o movimento sindical pode cumprir esse papel”, por isso “temos o acesso negado nas universidades, porque já estão acabando com as cotas e inclusive querem privatizar as universidades públicas”.

Ela também reclama da atuação da mídia que “promove o racismo ao impor um padrão de beleza branca”. E para combater tudo isso, a CTB inicia conversa com as outras centrais sindicais para a criação de um fórum de promoção da igualdade racial. “As conversas já foram iniciadas. A nossa bandeira é uma só a igualdade de direitos entre todas as pessoas”, conclui.

Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy

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