Trabalhadores do campo e da cidade unidos no Dia Nacional de Luta

(Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), destacou: “A reivindicação imediata é a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, que já foi aprovada em uma comissão especial da Câmara e deve ser votada ainda este ano.

Esta reivindicação faz parte da agenda comum do movimento sindical brasileiro. Mas também defendemos a aprovação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que proíbe demissões imotivadas, o fim do fator previdenciário, a redução da taxa de juros como elemento importante no enfrentamento da crise financeira, e reivindicamos que o governo exija a manutenção dos empregos nas empresas beneficiadas por empréstimos, créditos e facilidades fiscais”, afirmou.

Conclat

Para Nivaldo Santana, a unidade das centrais sindicais e dos movimentos sociais é fundamental para os trabalhadores enfrentarem as conseqüências da crise financeira internacional, além de criar espaço para a realização de uma nova Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora). “A CTB, desde a sua fundação, defende a unidade do movimento sindical e dos movimentos sociais. As lutas unitárias pavimentam o caminho para realizarmos uma Conclat, que dará um grau superior ao sindicalismo com plataforma comum de reivindicações e coordenação unificada das lutas”, disse o sindicalista.

Nivaldo Santana defendeu a mobilização conjunta no dia do trabalhador do próximo ano. “O ano de 2010 será estratégico, pois ocorrerão eleições gerais com disputa de projetos antagônicos sobre o rumo que Brasil vai seguir. A realização do 1º de maio unificado é uma posição forte que a CTB defende, pois perspectivas mais amplas para o movimento sindical intervir de forma incisiva na conjuntura política”, concluiu.

Reforma agrária

João Pedro Stédile, membro da direção nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) lembrou nesta jornada de lutas, o MST de defende o assentamento de 90 mil famílias, meta estabelecida pelo governo federal, a além da recomposição o orçamento da reforma agrária e atualização da portaria que define os índices de produtividade. Em São Paulo, o MST reivindica a reforma agrária no Pontal do Paranapanema e em outras regiões do Estado.“É uma vergonha ver tanta terra pública grilada no Estado de São Paulo, com plantação de pinos e eucalipto. O Brasil precisa plantar comida. A burguesia paulista se apropriou de muita terra pública no Estado, afirmou.

O líder no MST, em defesa da recomposição do orçamento da reforma agrária, afirmou: “Há um mês, no Paraná, o ministro Paulo Bernardo se comprometeu ao dizer que não haveria nenhum corte no orçamento da reforma agrária e para a agricultura familiar. Esperamos que ele cumpra a palavra, pois se as nossas reivindicações não forem atendidas permaneceremos acampados em Brasília”, concluiu.

Disputa ideológica

Artur Henrique, presidente da CUT, também afirmou que a redução da jornada de trabalho, a votação das convenções 153 e 158 da OIT, e a luta pela reforma agrária são bandeiras prioritárias para o movimento sindical. “São reivindicações que ganham importância relevante, pois precisamos vencer a disputa ideológica para que entrem em votação no Congresso ainda no segundo semestre, pois se hoje é difícil o Congresso votar temas de interesse dos trabalhadores, imagine no próximo ano que terá eleições. Aí é que não se vota mais nada”, afirmou.

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, avaliou as dificuldades para aprovação da redução da jornada de trabalho no Congresso Nacional. "Precisamos estar mobilizados porque os parlamentares vão ficar entre os que pagam a campanha e os que votam. Cabe aos trabalhadores fazerem uma grande pressão para que seja votada logo”, afirmou.

Resultados positivos

Canindé Pegado, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), disse que a unidade dos trabalhadores faz com que as mudanças ocorram mais rápido. “É preciso destacar que estamos consolidando a unidade entre as centrais sindicais e os movimentos populares em torno de bandeiras comuns, e temos certeza que vamos conquistar muitas propostas que estavam sendo defendidas separadamente. A redução da jornada de trabalho vai trazer resultados positivos para a sociedade, e vamos dar continuidade na luta em defesa das nossas reivindicações”, afirmou.

Pauta social

João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário geral da Força Sindical, disse que a unidade de ação das centrais com o movimento estudantil e popular é um forte instrumento de pressão “em favor de uma pauta social e por mudanças na legislação e na política econômica".

O secretário geral da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Carlos Alberto Pereira, lembrou o papel destacado do movimento sindical para impedir que o peso da crise financeira internacional não fosse jogado nas costas dos trabalhadores. "Se hoje os efeitos da crise não são maiores, foi graças à nossa ação", destacou.

Oxigênio na luta

Pedro Paulo, da Intersindical, saudou os trabalhadores da TV e Rádio Cultura que estão em greve, lamentou a morte da militante do MST, Maria Cícera, atropelada durante a marcha do MST de Campinas para São Paulo, e concluiu: "A mística revolucionária do MST nos contagia e inspira para seguir lutando pela redução da jornada, contra a retirada de direitos e redução de salários. Com esta unidade, a luta ganha oxigênio", frisou.

Profissionais de diversos meios de comunicação participaram da entrevista coletiva, que foi acompanhada atentamente por outras lideranças sindicais, como Pascoal Carneiro, secretário geral da CTB, Onofre Gonçalves, recém eleito presidente da Central em São Paulo, e Antonio Carlos Spis, da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS).

Um dia de luta

Em São Paulo, a concentração São Paulo começa às 9 horas, na Praça Osvaldo Cruz, seguida de passeata pela avenida Paulista até o Masp, com paradas em frente à sede da Petrobrás e da Fiesp.

Portal CTB

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