Simpósio Sindical Internacional aborda projetos de integração e geopolítica do século 21

“A geopolítica do século 21 e os projetos de integração”, este foi o tema da primeira mesa de debates realizado na manhã desta sexta-feira (2), durante o Simpósio Sindical Internacional em homenagem aos 70 anos da Federação Sindical Mundial (FSM), que ocorre até sábado em São Paulo. 

Dois temas foram foco das discussões que permearam as reflexões deste segundo dia de encontro que reúne representantes de 42 países: o Acordo de Parceira Transatlântico (ATP) e a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). 

Pier Paolo Leonardi, da União Sindical de Base da Itália (UST) fez uma exposição sobre o primeiro tema. Trata-se de um acordo entre os Estados Unidos e a União Europeia para integrar suas economias. 

“O objetivo é construir a maior área de livre comércio do mundo”, informou. Ele também alertou que estas negociações estão sendo feitas de forma não transparentes para a população e que, se aprovada, prejudicará os países em desenvolvimento, ele também denunciou que isso geraria a redução do PIB (Produto Interno Bruto) em alguns países da Europa assim como a perda de salário e empregos.  

Em sua análise, a criação de blocos como o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são necessários como alternativas neste cenário. Mesma opinião do representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Carmona. “Temos que valorizar o papel do Brics de contestar a  ordem estabelecida”, disse ao ressaltar que em 2014 o grupo criou um banco próprio e um fundo de investimento. 

Já a respeito da Celac, o secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), Ulises Guilarte, fez um histórico sobre sua constituição em 2011 e a ascensão dos governos progressistas e de esquerda na região.

“Fidel Castro qualificou a Celac como o feito mais importante do último século”, expressou. Para o cubano a integração e a solidariedade internacional são fundamental para unir os povos do mundo, ele citou o exemplo de seu país. “Dividimos nossos professores, nossos médicos e não soldados para guerras”, disse. 

Ele também lembrou-se do caso dos 5 antiterroristas cubanos, que estavam presos injustamente nos Estados Unidos e que, após muitas campanhas internacionais, voltaram para Cuba.

Para ele, estes blocos de integração são fundamentais, porque a região é rica em recursos naturais e reservas minerais. “A Celac permitiu a unidade dentro da diversidade”, disse. 

Outro aspecto levantado pelo sindicalista foi proclamação pela Celac em sua cúpula de que a América Latina e Caribe são uma zona de paz. Após as exposições os participantes de vários países fizeram seus aportes, todos chamando para a unidade da classe trabalhadora. 

Também participaram da mesa o secretário-geral da UISTAACT, o francês  Freddy Huck, os secretários de Relações Internacionais e de Formação da CTB, Divanilton Pereira e Celina Areas, respectivamente e a assessora Jenny Dauvergne. 

Nas considerações finais, Freddy avaliou o sindicalismo internacional tem as condições para que seja protagonista de seu futuro e finalizou com a famosa frase de Karl Marx “Proletários do mundo, uni-vos”.

Os debates seguem na tarde desta sexta com os desafios da classe trabalhadora e os 70 anos da Federação Sindical Mundial. Para encerrar o evento, no sábado (3) ocorrerá um grande ato mundial anti-imperialista, na Praça dos Correios (centro da capital paulista) a partir do meio-dia com apresentações musicais. 

Érika Ceconi – Portal CTB 

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