Organizações populares, sindicais e campesinas aprovaram a realização, entre 8 e 16 de outubro, de uma Jornada Internacional Anti-Imperialista. A iniciativa foi anunciada em 17 de setembro, durante reunião virtual com militantes e ativistas de 25 países. A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) foi representada por seu secretário-adjunto de Políticas Sociais, Carlos Rogério Nunes.
Além de promover uma campanha internacional em defesa dos direitos dos povos à sua soberania alimentar, a Jornada vai denunciar a fome dos povos e as empresas multinacionais que exploram as riquezas naturais dos países menos desenvolvidos. Um dos objetivos dos organizadores é levar a campanha para além dos 25 países que participaram da reunião.
“Por ser uma iniciativa de movimentos sociais e de coletivos de redes sociais, a Jornada é um momento importante para as organizações dos trabalhadores – sindicatos e centrais sindicais”, avalia Rogério, da CTB. “Teremos uma oportunidade de participar de uma ação conjunta com movimentos sociais na denúncia das mazelas do imperialismo do sistema capitalista.”
Crise
No encontro de 17 de setembro, as entidades fizeram uma análise da conjuntura internacional, que apontou elementos da crise do capitalismo. Conforme essa análise, os recursos naturais estão se esgotando a cada dia – o que torna as condições de vida mais difíceis e penosas para quem vive de salário ou renda. Em contrapartida, os ricos concentram cada vez mais riquezas. De acordo com a revista Forbes, só o Brasil passou a ter 40 novos bilionários a mais de 2020 para 2021, mesmo com a crise sanitária e econômica.
Seja no País, seja no mundo, a crise foi agravada com a pandemia do novo coronavírus – e também com o menosprezo dos países desenvolvidos em relação às condições mínimas de saúde e boa alimentação dos povos mais necessitados. Em relatório divulgado nesta semana, a ONU (Organização das Nações Unidas) reiterou a gravidade da situação: “A pandemia da Covid-19 vem atingindo a população mundial de forma desproporcional, aprofundando desigualdades”.
Por tudo isso, a Jornada Internacional Anti-Imperialista está na ordem do dia. Segundo Rogério, a CTB fará esforços junto às entidades filiadas para ampliar a participação dos brasileiros nas ações pela soberania alimentar e contra a fome. A central também vai dialogar com o conjunto dos movimentos sociais brasileiros, em busca de mais representações do País na Jornada.