“Temer destruiu em 200 dias o que levamos 70 anos para conquistar”, denuncia presidente da CTB

Nesta sexta-feira (25), milhares de trabalhadores e trabalhadoras em todo o país estão participando de atos, paralisações e greves contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 55) que tramita no Senado e propõe congelar investimentos públicos em áreas sociais como saúde e educação por 20 anos.

“Sob o discurso da modernidade, querem lançar o país no tempo da escravidão”, diz Adilson Araújo

Em São Paulo, a mobilização do Dia Nacional de Paralisações ocorreu no viaduto Santa Ifigênia, centro da cidade, com um ato político das principais centrais sindicais, entre elas a CTB, em frente à Superintendência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

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O presidente da central, Adilson Araújo, denunciou as medidas que o governo sem voto de Michel Temer quer impor à população. “Nós levamos 70 anos para conseguir uma cesta básica de direitos. E é lamentável que fruto do golpe em 200 dias tenha se praticado mais de 500 medidas para penalizar a tão sofrida classe trabalhadora”, frisou Araújo em sua intervenção.

O sindicalista alertou para as medidas do Legislativo e do Judiciário contra a classe trabalhadora. “Em duas ou três canetadas o Supremo Tribunal Federal (STF) acabou com a desaposentação e o direito de greve do funcionalismo público. E fica pior: o STF quer sacramentar o negociado sobre o legislado e aprovar, sucumbindo à pressão do mercado e das grandes empresas, a terceirização generalizada”, expressou.

O presidente da CTB ainda alertou: “Essa agenda ultraliberal [proposta por Temer], que está sendo implementada a toque de caixa, quer sacramentar a desregulamentação do trabalho”.

Crise econômica internacional

Em relação à política externa, Araújo acredita que com essas medidas neoliberais o Brasil será, mais um vez, subordinado ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e das empresas estrangeiras “que vão sugar as riquezas do pré-sal para encher as burras dos banqueiros e dos especuladores”, disse.

Na opinião dele “o caminho é fortalecer, cada vez mais, a solidariedade aos povos oprimidos”. E afirmou que, diante do “terrorismo” desse governo ilegítimo, “a palavra de ordem é resistir a todo o custo e caminhar para a construção de uma greve geral que pare o país”.

Mobilização

Representantes de diversos sindicatos compareceram na atividade entre eles, René Vicente, presidente do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente). Ele destacou a necessidade de ação da população para que não haja retrocesso.

Trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente paralisam Sabesp nesta sexta 11

No último dia 11, o Sintaema mobilizou cerca de 30 áreas de trabalho da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que pararam, tanto na capital quanto no interior, em protesto contra a PEC 55.

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A próxima mobilização contra a proposta deve ocorrer em Brasília, no dia do primeiro turno de sua votação no Senado, 29 de novembro. O segundo turno da votação deve ocorrer no dia 13 de dezembro.

Érika Ceconi – Portal CTB 

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