Ivânia Pereira: “Com metas abusivas, o adoecimento entre os bancários vira epidemia”

“A tecnologia está transformando os mercados de trabalho e a forma como as pessoas se comunicam”
23/09/2023-19h

Uma categoria essencial à vida das pessoas, da nação e do sistema financeiro e que, por isso, necessita se reinventar a cada dia para não ser atropelada pela tecnologia e pelas dinâmicas competitivas do setor, que em si mesmas são vorazes.

Sim, esta categoria é a dos bancários, vista e interpretada assim pela bancária Ivânia Pereira, 64 anos, a primeira mulher sergipana a comandar o Sindicato dos Bancários de Sergipe – SEEB/SE.

Mas Ivânia Pereira não é saudosista ou passadista, não se debruça sobre lamentos no campo dessa situação e nem acha que a profissão de bancários corra risco de extinção.

Ao contrário. Ivânia lamenta os duros percalços que atrapalham a sua profissão, a redução trágica e sistemática de postos de trabalho – já foram 12 mil e hoje estão reduzidos a apenas três mil deles em Sergipe -, mas acha que os próprios bancários e o movimento sindical desse setor devem ir pra cima, dominar mais as ferramentas tecnológicas. Devem se superar, resistir e, logo, existir.

Claro que, como boa e atuante sindicalista, Ivânia Pereira não fecha os olhos para a série de perigos que circundam esta atividade e seus profissionais que sustentam nos ombros a bancarização do Brasil, uma nação continental.

E não são perigos brandos. São ríspidos e aviltantes. Do tipo que pode podem anular vidas. “Nos últimos cinco anos, o número de afastamento nos bancos aumentou em 26,2%, enquanto no geral a variação foi de 15,4%. Ou seja, entre os bancários a variação ficou em 1,7 vez maior. Mais de 40 mil bancários tiveram o direito ao benefício acidentário reconhecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social entre 2012 e 2021. Com metas abusivas, o adoecimento entre os bancários vira epidemia”, exibe Ivânia.

Esses dados se fazem mais trágicos diante de um outro. “Os bancos são responsáveis por menos de 1% do estoque de emprego no Brasil e por 3% do total de afastamento por doença. A categoria participou da Consulta Nacional sobre o tema e elencou como as quatro maiores consequências a cobrança excessiva de metas inatingíveis: preocupação constante com o trabalho – 68% -; cansaço e fadiga constantes – 61% -, desmotivação, vontade de não ir trabalhar – 52% – e crises de ansiedade/pânico – 46%. Com esses dados, os bancos se enquadram entre as empresas com maior risco de acidente de trabalho ou doença ocupacional”, diz Ivânia.

Mas com boa resiliência, Ivânia Pereira e seus companheiros de Sindicato não entregam os pontos e nem passam o boné. Novamente, ao contrário: estão é mais animados do que pintos no lixo para festejar os 90 anos do velho e bravo SEEB-SE.

E será pra já. “O Sindicato dos Bancários de Sergipe foi fundado em 14 de julho de 1934. Na época, a data foi escolhida para reverenciar o Dia da Revolução Francesa. Portanto, no próximo ano o nosso sindicato completará 90 e pretendemos festejar junto com a categoria para exaltar essa longa trajetória”, diz a sindicalista.

“Queremos, sim, comemorar os 90 anos com uma festa alegre e debates sobre a importância do Estado Democrático de Direito, sobre a situação política e econômica do país e abordar temas específicos da categoria, como as implicações das inovações tecnológicas no trabalho bancário e da luta contra os assédios dentro dos bancos e combater o adoecimento mental que acomete a categoria nessa era digital”, completa.

Nesta Entrevista Domingueira,Ivânia Pereira vai escarafunchar muitos aspectos da profissão de bancário. Irá exibir pontos positivos e negativos e ganhos e dirá da importância do Banese na empregabilidade dos bancários.

Se manifestará moderníssima nas visões que um sindicato ou um sindicalista deve ter perante a avassaladora renovação tecnológica que bota o mundo de pernas pro ar e vai, sobretudo, levantar o crachá para o alto significado e a importância do grande José Souza, que morreu de infarto no dia 21 de outubro de 2014 em pleno exercício do mandato de presidente do SEEB-SE e como um dos mais operosos gestores daquela casa sindical.

Ivânia Pereira da Silva Teles nasceu no dia 24 de novembro de 1958 em Santo Amaro das Brotas, Sergipe, e há 50 anos mora em Aracaju. Ela é filha de João da Silva, Seu Andrade, e de Maria Pereira da Silva, a Dona Diva, ambos falecidos.

É casada com Flávio Elias Fernandes Teles, 53 anos, e tem um filho, Flávio Elias Pereira Teles, 23 anos. Formada em Administração de Empresas, ela é funcionária do Banese desde 1982.

Ivânia Pereira tem uma longa trajetória de participação no movimento social e popular e em defesa da redemocratização do Brasil. Ela participou da reconstrução do Centro Acadêmico de Serviço Social e foi dirigente do DCE/UFS e do Conselho Universitário.

Foi membro da Comissão Pró-CUT/SE e da Conclat, militou na Tribuna da Classe Operária e em 1982 participou da fundação do PCdoB em Sergipe. Em 1989, participou ativamente das lutas pelas eleições diretas para presidente da República.

Em 1988 foi eleita a primeira mulher vereadora pelo Partido Comunista do Brasil no Estado de Sergipe por Pirambu. Em Aracaju, foi candidata a vereadora em 2008, obtendo 2.624 votos, e em 2012, com 2.025 votos, e em 2022 foi candidata a deputada estadual.

Em 1992, Ivânia entrou nas direções do SEEB/SE e da Federação de Bancários da Bahia e Sergipe. Foi dirigente da CUT, fundadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB – e da União Brasileira das Mulheres – UBM. Foi secretária Nacional das Mulheres da Central dos Trabalhadores do Brasil – CTB.

Em 2000, participou da reconstrução do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – CMDM/SE – e foi conselheira e presidente do Conselho Municipal de Saúde, onde se destacou na vigilância e defesa da saúde da mulher.

Ivânia participou da construção do Programa de Governo, sobre questão de gênero, na primeira gestão de Marcelo Déda na Prefeitura de Aracaju. No Governo do Estado sob Déda, atou como secretária de Estado Adjunta de Políticas para as Mulheres em 2011/2012.

“A tecnologia está transformando os mercados de trabalho e a forma como as pessoas se comunicam”
23/09/2023-19h

Uma categoria essencial à vida das pessoas, da nação e do sistema financeiro e que, por isso, necessita se reinventar a cada dia para não ser atropelada pela tecnologia e pelas dinâmicas competitivas do setor, que em si mesmas são vorazes.

Sim, esta categoria é a dos bancários, vista e interpretada assim pela bancária Ivânia Pereira, 64 anos, a primeira mulher sergipana a comandar o Sindicato dos Bancários de Sergipe – SEEB/SE.

Mas Ivânia Pereira não é saudosista ou passadista, não se debruça sobre lamentos no campo dessa situação e nem acha que a profissão de bancários corra risco de extinção.

Ao contrário. Ivânia lamenta os duros percalços que atrapalham a sua profissão, a redução trágica e sistemática de postos de trabalho – já foram 12 mil e hoje estão reduzidos a apenas três mil deles em Sergipe -, mas acha que os próprios bancários e o movimento sindical desse setor devem ir pra cima, dominar mais as ferramentas tecnológicas. Devem se superar, resistir e, logo, existir.

Claro que, como boa e atuante sindicalista, Ivânia Pereira não fecha os olhos para a série de perigos que circundam esta atividade e seus profissionais que sustentam nos ombros a bancarização do Brasil, uma nação continental.

E não são perigos brandos. São ríspidos e aviltantes. Do tipo que pode podem anular vidas. “Nos últimos cinco anos, o número de afastamento nos bancos aumentou em 26,2%, enquanto no geral a variação foi de 15,4%. Ou seja, entre os bancários a variação ficou em 1,7 vez maior. Mais de 40 mil bancários tiveram o direito ao benefício acidentário reconhecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social entre 2012 e 2021. Com metas abusivas, o adoecimento entre os bancários vira epidemia”, exibe Ivânia.

Esses dados se fazem mais trágicos diante de um outro. “Os bancos são responsáveis por menos de 1% do estoque de emprego no Brasil e por 3% do total de afastamento por doença. A categoria participou da Consulta Nacional sobre o tema e elencou como as quatro maiores consequências a cobrança excessiva de metas inatingíveis: preocupação constante com o trabalho – 68% -; cansaço e fadiga constantes – 61% -, desmotivação, vontade de não ir trabalhar – 52% – e crises de ansiedade/pânico – 46%. Com esses dados, os bancos se enquadram entre as empresas com maior risco de acidente de trabalho ou doença ocupacional”, diz Ivânia.

Mas com boa resiliência, Ivânia Pereira e seus companheiros de Sindicato não entregam os pontos e nem passam o boné. Novamente, ao contrário: estão é mais animados do que pintos no lixo para festejar os 90 anos do velho e bravo SEEB-SE.

E será pra já. “O Sindicato dos Bancários de Sergipe foi fundado em 14 de julho de 1934. Na época, a data foi escolhida para reverenciar o Dia da Revolução Francesa. Portanto, no próximo ano o nosso sindicato completará 90 e pretendemos festejar junto com a categoria para exaltar essa longa trajetória”, diz a sindicalista.

“Queremos, sim, comemorar os 90 anos com uma festa alegre e debates sobre a importância do Estado Democrático de Direito, sobre a situação política e econômica do país e abordar temas específicos da categoria, como as implicações das inovações tecnológicas no trabalho bancário e da luta contra os assédios dentro dos bancos e combater o adoecimento mental que acomete a categoria nessa era digital”, completa.

Nesta Entrevista Domingueira,Ivânia Pereira vai escarafunchar muitos aspectos da profissão de bancário. Irá exibir pontos positivos e negativos e ganhos e dirá da importância do Banese na empregabilidade dos bancários.

Se manifestará moderníssima nas visões que um sindicato ou um sindicalista deve ter perante a avassaladora renovação tecnológica que bota o mundo de pernas pro ar e vai, sobretudo, levantar o crachá para o alto significado e a importância do grande José Souza, que morreu de infarto no dia 21 de outubro de 2014 em pleno exercício do mandato de presidente do SEEB-SE e como um dos mais operosos gestores daquela casa sindical.

Ivânia Pereira da Silva Teles nasceu no dia 24 de novembro de 1958 em Santo Amaro das Brotas, Sergipe, e há 50 anos mora em Aracaju. Ela é filha de João da Silva, Seu Andrade, e de Maria Pereira da Silva, a Dona Diva, ambos falecidos.

É casada com Flávio Elias Fernandes Teles, 53 anos, e tem um filho, Flávio Elias Pereira Teles, 23 anos. Formada em Administração de Empresas, ela é funcionária do Banese desde 1982.

Ivânia Pereira tem uma longa trajetória de participação no movimento social e popular e em defesa da redemocratização do Brasil. Ela participou da reconstrução do Centro Acadêmico de Serviço Social e foi dirigente do DCE/UFS e do Conselho Universitário.

Foi membro da Comissão Pró-CUT/SE e da Conclat, militou na Tribuna da Classe Operária e em 1982 participou da fundação do PCdoB em Sergipe. Em 1989, participou ativamente das lutas pelas eleições diretas para presidente da República.

Em 1988 foi eleita a primeira mulher vereadora pelo Partido Comunista do Brasil no Estado de Sergipe por Pirambu. Em Aracaju, foi candidata a vereadora em 2008, obtendo 2.624 votos, e em 2012, com 2.025 votos, e em 2022 foi candidata a deputada estadual.

Em 1992, Ivânia entrou nas direções do SEEB/SE e da Federação de Bancários da Bahia e Sergipe. Foi dirigente da CUT, fundadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB – e da União Brasileira das Mulheres – UBM. Foi secretária Nacional das Mulheres da Central dos Trabalhadores do Brasil – CTB.

Em 2000, participou da reconstrução do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – CMDM/SE – e foi conselheira e presidente do Conselho Municipal de Saúde, onde se destacou na vigilância e defesa da saúde da mulher.

Ivânia participou da construção do Programa de Governo, sobre questão de gênero, na primeira gestão de Marcelo Déda na Prefeitura de Aracaju. No Governo do Estado sob Déda, atou como secretária de Estado Adjunta de Políticas para as Mulheres em 2011/2012.

Ivânia Pereira celebra a ampliação da participação das mulheres na direção do Sindicato dos Bancários de Sergipe

Além de presidir o SEEB, ela é vice-presidente nacional da CTB e é da direção da Federação de Bancários da Bahia e Sergipe – FEEB-BA/SE.

“A perda de José Souza é indiscutível. Souza é o que podemos denominar de figura imprescindível. Um ícone da política sindical classista no Estado de Sergipe. Era meu amigo pessoal, um camarada da luta política no PC do B”, diz ela.

Por tudo que diz e revela, Ivânia Pereira merece ser lida nessa Entrevista Domingueira. Ivânia Pereira: emoção ao receber o resultado da decisão em 2014 de que seria a sucessora de José Souza no comando da SEED

JLPolítica & Negócio – Comecemos por uma evocação do passado e uma previsão do futuro: ano que vem o SEEB-SE fará 90 anos. Qual é a importância desta data para os trabalhadores de banco, para instituição sindical e como a direção do sindicato pretende comemorá-la?
Ivânia Pereira – O Sindicato dos Bancários de Sergipe foi fundado em 14 de julho de 1934. Na época, a data foi escolhida para reverenciar o Dia da Revolução Francesa. Portanto, no próximo ano o nosso sindicato completará 90 e pretendemos festejar junto com a categoria para exaltar essa longa trajetória deste que vem se consagrando como um dos mais fortes e consolidados do Estado de Sergipe. Na entrada do novo milênio, desde de 1997, uma nova direção assumiu a entidade, que teve como líder o querido e saudoso José Souza. Seguimos adiante com esse ímpeto de organização e de ativismo classista e destemido que deram um novo rumo ao sindicato.

JLPolítica & Negócio – Houve ganho significativo neste período todo?
IP – Sim.Ampliamos a nossa capacidade de intervenção e de protagonismo. Nesses quase 90 anos, acumulamos vitórias e conquistas importantes, como o aumento da massa salarial e de renda da categoria. Ao lado das batalhas por melhores condições de trabalho e de vida da categoria, o SEEB também soube com firmeza atuar nas lutas mais gerais em defesa da democracia e de projetos de leis que contribuam com a valorização do trabalho e pelo fim nas desigualdades econômicas e sociais. Queremos, sim, comemorar os 90 anos com uma festa alegre e debates sobre a importância do Estado Democrático de Direito, sobre a situação política e econômica do país e abordar temas específicos da categoria, como as implicações das inovações tecnológicas no trabalho bancário e da luta contra os assédios dentro dos bancos e combater o adoecimento mental que acomete a categoria nessa era digital.

JLPolítica & Negócio – Afinal, qual é a quantidade efetiva de bancários sergipanos hoje na ativa?
IP – Sergipe tem cerca de três mil bancários ativos nos bancos públicos e privados.

Vereadora eleita de Pirambu em 1988 pelo PCdoB, Ivânia sempre teve um pé na política – aqui, com Souza em ato de lançamento da candidatura de Edvaldo Nogueira a prefeito de Aracaju em 2008

VIDA NOVA AOS 90 ANOS
“Queremos comemorar os 90 anos com uma festa alegre e debates sobre a importância do Estado Democrático de Direito, sobre a situação política e econômica do país e abordar temas específicos da categoria, como as implicações das inovações tecnológicas no trabalho bancário e da luta contra os assédios dentro dos bancos”

JLPolítica & Negócio – Isso é uma quantidade que garante salubridade e conforto mínimo funcional a quem está atuando?
IP – Não! Uma das nossas lutas incansáveis é a busca por mais contratações. Estudos do Dieese dão conta de que em decorrência das novas tecnologias, incorporadas pelo sistema financeiro, bem como a exigência de maior concentração, agilidade e multiplicidade de tarefas, a jornada deve ser reduzida para 4 horas/dia.

JLPolítica & Negócio – No momento áureo da atividade bancária, quantos trabalhadores os bancos de Sergipe chegaram a ter?
IP – Já fomos uma categoria muito numerosa, com aproximadamente 12 mil bancários.

JLPolítica & Negócio – Quantos são os aposentados e que políticas o SEEB-SE tem para incorporá-los e mantê-los ativos na sua inatividade?
IP – O SEEB/SE tem Secretarias específicas – Mulher e Juventude – e o Departamento de Aposentados e Aposentadas que, por meio desses núcleos, realiza atividades segmentadas. Com o Departamento dos Aposentados, incentivamos a presença deles nas atividades sindicais. Realizamos campanhas de filiações específicas, durante as homologações de aposentadorias, de confraternizações com representações de associações de aposentados, palestras interativas sobre família, saúde x envelhecimento e serviço de odontologia. Dos eventos mais divertidos, realizamos anualmente o Aposentado Folia, que está na 13ª edição. Temos Tardes Culturais, caminhadas, etc. Inclusive, atualmente os aposentados participam do Sistema Diretivo do Sindicato. Outras ações específicas para esse segmento são a disponibilidade de assessoria advocatícia, liderada pelo Departamento Jurídico do SEEB/SE.

Solidária a outras categorias, Ivânia fala em evento da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura

MAIS TECNOLOGIA X MAIS CONTRATAÇÕES
“Uma das nossas lutas incansáveis é a busca por mais contratações. Estudos do Dieese dão conta de que em decorrência das novas tecnologias, incorporadas pelo sistema financeiro, bem como a exigência de maior concentração, agilidade e multiplicidade de tarefas, a jornada deve ser reduzida para 4 horas/dia”

JLPolítica & Negócio – Qual é o papel do Banese na manutenção do emprego de bancários hoje em Sergipe?
IP – A contratação de novos empregados para o Banese foi uma das reivindicações do SEEB/SE na última campanha salarial. Foram admitidos nos últimos dois anos 242. Se consideramos que pelo Programa de Estímulo à Aposentadoria – PEA – saíram 148 funcionários, temos um saldo de acréscimo de apenas 94 novos funcionários. Outro fato relevante, que impacta na quantidade de funcionários, foi o aumento no número de clientes em mais de 21 mil – +2,6% -, totalizando 843.104 em 2022. Para além desse fato, o Banese é fundamental para a população sergipana com um todo. É o único banco estadual do Nordeste que resistiu à onda de privatização na época do Governo de FHC. E também é um dos cinco bancos estaduais do país que vem resistindo à essa onda neoliberal. Os estados que venderam esses patrimônios do povo estão arrependidos. Vai e volta, os interesses privatistas tentam solapar o banco dos sergipanos. Por aqui, este ano, conquistamos o fim do acordo entre o Banese e o BRB, que acenava para a venda do Balcão de Seguros, administrada pela Corretora Banese. Essa comercialização com o BRB enfraqueceria a instituição, as políticas sociais e culturais do Banese e a Caixa de Assistência dos Empregados – Casse.

JLPolítica & Negócio – A senhora não acredita na privatização dele pelo Governo de Sergipe?
IP – Ao longo dos últimos anos, os governadores que comandaram Sergipe sem exceção se comprometeram a não privatizar o Banese. Mas, em 2013, o Sindicato enfrentou a decisão do então prefeito João Alves de leiloar as contas da Prefeitura de Aracaju, administradas pelo Banese. O SEEB/SE entrou na Justiça, buscou apoio do Ministério Público, conquistou sessões nos legislativos e fez grandes atos de protestos. Em 14 de outubro de 2013, a Marcha da Sergipanidade, em defesa do Banese, com o slogan “Sou Sergipano, Sou Banese”, terminou com um abraço simbólico à Agência Central do Banese. Ou seja, a luta para impedir o enfraquecimento do Banese é histórica e deve permanecer viva.

JLPolítica & Negócio – A interlocução com o presidente Marco Queiroz é boa ou deixa a desejar?
IP – Mantemos com todos os representantes dos bancos públicos e privados, instalados em Sergipe, uma relação de respeito mútuo e de ampliação de diálogo. Essa tem sido a nossa conduta com Marco Queiroz. Recebemos e visitamos indistintamente os presidentes, superintendentes regionais e representantes oficiais dos bancos. Procuramos levar as demandas da categoria e negociarmos exaustivamente soluções para os problemas apresentados. Quando necessário, não abrimos mão das diversas formas de lutas, assembleias específicas da categoria para deliberamos acordos ou a realização de denúncias públicas, atos relâmpagos e até o fechamento temporário de agências.

Ao lado da ex-vice-governadora Eliane Aquino, Ivânia Pereira vai ao lançamento do livro de Emir Sader

DA IMPORTÂNCIA DO BANESE NO EMPREGO BANCÁRIO
“A contratação de novos empregados para o Banese foi uma das reivindicações do SEEB/SE na última campanha salarial. Foram admitidos nos últimos dois anos 242. Se consideramos que pelo Programa de Estímulo à Aposentadoria saíram 148 funcionários, temos um saldo de acréscimo de apenas 94 novos funcionários”

JLPolítica & Negócio – O trabalhador correspondente bancário cai no radar do SEEB-SE?
IP – Sim. Estatutariamente, já temos essa representação.  

JLPolítica & Negócio – A senhora vê indícios de que a profissão de bancário possa estar a caminho de uma extinção?
IP – A profissão de bancário está em mutação, assim como o sistema financeiro. O bancário formal tem reduzido numericamente, dando lugar aos trabalhadores dos correspondentes bancários, fintechs, bancos digitais – pjotização -, administradores de cartão de créditos, etc. Há mudanças devido à automação, digitalização e as Inteligências Artificiais, mas não está necessariamente a caminho da extinção. Novos papéis estão surgindo no setor financeiro. Sindicatos também precisam se adaptar às mudanças sociais, econômicas e tecnológicas para continuar relevantes.

JLPolítica & Negócio – E essa adaptação passa pelo quê?
IP – Isso inclui diversificar serviços, envolver filiados e buscar alianças estratégicas. A adaptação sindical envolve flexibilidade, educação política e modernização das estratégias de luta no cenário da tecnologia. Não é possível afirmar com certeza, mas a digitalização tem afetado as funções tradicionais de atendimento ao cliente nos bancos. Profissionais bancários podem precisar adquirir novas habilidades e se tornar mais versáteis devido à automação, mas novas oportunidades também estão surgindo no setor financeiro.

Ivânia Pereira dando uma de big atleta na Corrida dos Bancários em 2021

CARREIRA BANCÁRIA EM MUTAÇÃO, MAS NÃO ACABA
“A profissão de bancário está em mutação, assim como o sistema financeiro. O bancário formal tem reduzido numericamente, dando lugar aos trabalhadores dos correspondentes bancários, fintechs, bancos digitais – pjotização -, administradores de cartão de créditos. Profissionais bancários podem precisar adquirir novas habilidades e se tornar mais versáteis devido à automação”

JLPolítica & Negócio – Qual é o perfil da remuneração do bancário sergipano hoje?
IP – O perfil da remuneração de bancários e bancárias no país varia muito de acordo com vários fatores, incluindo cargo, o tempo de experiência e a instituição financeira. Segundo publicação da Fenaban sobre a Convenção Coletiva de Trabalho/Bancária 2020, a remuneração mínima inicial do bancário é de R$ 3.110,40, a remuneração média é de R$ 7.718,83 e as gratificações de cargos equivalem a 55% do salário. Em Sergipe, os salários para gerentes de agência podem variar de R$ 10 mil a R$ 15 mil ou mais por mês.

JLPolítica & Negócio – Quais foram os impactos da reforma trabalhista na estrutura e atuação dos sindicatos brasileiros e o que especificamente fez o SEEB-SE para estar vivo?
IP – A Reforma Trabalhista de 2017 teve como objetivo reduzir direitos dos trabalhadores e nada mais impactante do que destruir e limitar a atuação dos sindicatos, que são os maiores defensores dos empregados. Assim, todos os sindicatos brasileiros tiveram que alterar suas estratégias e estruturas, incluindo o Sindicato dos Bancários de Sergipe, para se manterem ativos. Uma das mudanças mais significativas na reforma trabalhista de 2017 foi a eliminação da contribuição sindical obrigatória. Isso reduziu a receita dos sindicatos e os forçaram a buscar fontes alternativas de financiamento. Muitos sindicatos, incluindo o SEEB-SE, alteraram as suas convenções, intensificaram seus esforços para aumentar a filiação e as novas formas de contribuições e o fortalecimento da base de filiados. Temos nos esforçados para manter e expandir nossa base. Investimos em campanhas de filiação, realizamos assembleias, encontros, formação política sindical e um calendário anual de atividades culturais e de esporte, como as nossas tradicionais Caminhada dos Bancários, Corrida dos Bancários, Forró do Candeeiro e outros. Investimos também na comunicação digital e nas plataformas virtuais para a realização de assembleias e outros eventos.

JLPolítica & Negócio – É uma operação fácil adaptar-se às mudanças sociais e econômicas para estar em sintonia com o novo conceito de sindicalismo?
IP – Adaptar-se às mudanças sociais e econômicas para estar em sintonia com o novo conceito de sindicalismo não é necessariamente uma operação fácil. Mas é uma tarefa fundamental para a sobrevivência e relevância dos sindicatos. As mudanças rápidas na economia, na tecnologia e na sociedade têm impactado profundamente o sindicalismo, e os sindicatos precisam estar dispostos a se adaptar. A globalização, nas novas tecnologias, a automação e as mudanças na natureza do trabalho têm alterado a estrutura econômica. Os sindicatos precisam se adaptar às novas realidades econômicas, identificando setores emergentes e oportunidades para representação, com o é o caso das Fintechs. A tecnologia está transformando os mercados de trabalho e a forma como as pessoas se comunicam.

Ivânia Pereira numa partida do Confiança com o marido Flávio Elias Fernandes Teles e o filho Flávio Elias Pereira Teles, todos revestidos de azul

O TROMBO DA REFORMA TRABALHISTA
“A Reforma Trabalhista de 2017 teve como objetivo reduzir direitos dos trabalhadores e nada mais impactante do que destruir e limitar a atuação dos sindicatos, que são os maiores defensores dos empregados. Assim, todos os sindicatos brasileiros tiveram que alterar estratégias e estruturas, incluindo o Sindicato dos Bancários de Sergipe”

JLPolítica & Negócio – Os sindicatos não podem perder esse vácuo.
IP – Não podem. Os sindicatos devem aproveitar a tecnologia para alcançar membros, mobilizar apoio e conhecer suas novas dinâmicas. Para inovar a linguagem sindical, a forma de abordagem e matérias informativas e de propaganda. Outro ponto é que a composição da força de trabalho está mudando, com a entrada de gerações mais jovens e diversas. Os sindicatos precisam entender as necessidades e aspirações desses trabalhadores e se adaptar a elas.

JLPolítica & Negócio – Qual é ainda hoje a importância da convenção coletiva de 1992 enquanto marco regulatório nas relações trabalhistas?
IP – A Convenção Coletiva Nacional de 1992 para os bancários da iniciativa privada estabeleceu um único acordo de trabalho para a categoria em todas as regiões do país e foi de fato um marco importante nas relações trabalhistas. Ela teve várias implicações e importâncias históricas, algumas das quais ainda podem ser relevantes. Unificação e fortalecimento sindical: a unificação da categoria bancária por meio de uma convenção coletiva nacional fortaleceu a capacidade de mobilização dos sindicatos.

Em companhia dos líderes sindicais José Souza, Valdir Rodrigues e Edival Góis, Ivânia Pereira lança candidatura de vereadora de Aracaju em 2012

QUEM NÃO APROVEITA A TECNOLOGIA FICA PRA TRÁS
“Os sindicatos devem aproveitar a tecnologia para alcançar membros, mobilizar apoio e conhecer suas novas dinâmicas. Para inovar a linguagem sindical, a forma de abordagem e matérias informativas e de propaganda. Outro ponto é que a composição da força de trabalho está mudando, com a entrada de gerações mais jovens e diversas”

JLPolítica & Negócio – E permitiu o quê?
IP – Isso permitiu que os bancários se organizassem de forma mais eficaz para lutar por melhores condições de trabalho, salários e benefícios. Houve padronização de direitos: a convenção coletiva nacional estabeleceu padrões uniformes para salários, jornadas de trabalho, carreiras e outros benefícios para os bancários em todo o país. Isso proporcionou maior igualdade de direitos e proteção aos trabalhadores, independentemente de sua localização geográfica. Da resistência à privatização: como mencionado, a política de privatização do Governo Federal afetou negativamente os bancários de instituições públicas como a Caixa e o Banco do Brasil. A existência de uma convenção coletiva nacional poderia ter ajudado a categoria a organizar resistência e lutas coletivas em resposta à perda de direitos. A convenção coletiva de 1992 serve como uma referência histórica importante para a categoria bancária, lembrando as conquistas e os desafios enfrentados ao longo dos anos. Ela pode inspirar os sindicatos e os trabalhadores a continuarem lutando por melhores condições no presente.

JLPolítica & Negócio – O que é que sindical e funcionalmente se pode classificar de metas abusivas e quais os vínculos disso com o adoecimento mental do bancário?
IP – A categoria participou da Consulta Nacional sobre o tema e elencou como as quatro maiores consequências a cobrança excessiva de metas inatingíveis: preocupação constante com o trabalho – 68% -; cansaço e fadiga constantes – 61% -, desmotivação, vontade de não ir trabalhar – 52% – e crises de ansiedade/pânico – 46%. Com metas abusivas, o adoecimento entre os bancários vira epidemia. Os bancos são responsáveis por menos de 1% do estoque de emprego no Brasil e por 3% do total de afastamento por doença. Nos últimos cinco anos, o número de afastamento nos bancos aumentou em 26,2%, enquanto no geral, a variação foi de 15,4%. Ou seja, entre os bancários a variação ficou em 1,7 vez maior. Mais de 40 mil bancários tiveram o direito ao benefício acidentário reconhecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social entre 2012 e 2021. Com esses dados, os bancos se enquadram entre as empresas com maior risco de acidente de trabalho ou doença ocupacional. Por isso que a história de “empregos sem direitos” caiu como uma luva nas mãos dessas empresas.

Sindicalizar é preciso: Ivânia Pereira usa esquete teatral nas agências bancárias em campanha de sindicalização ao SEEB

O PERIGO QUE VEM DAS METAS ABUSIVAS
“Com metas abusivas, o adoecimento entre os bancários vira epidemia. Os bancos são responsáveis por menos de 1% do estoque de emprego no Brasil e por 3% do total de afastamento por doença. Nos últimos cinco anos, o número de afastamento nos bancos aumentou em 26,2%, enquanto no geral, a variação foi de 15,4%”

JLPolítica & Negócio – Isso vaza para os assédios moral e sexual?
IP – Sim! Quando falta argumento – para convencer as trabalhadoras e os trabalhadores a produzir mais do que sua capacidade biológica pode realizar – há casos de gestores que passam a usar como convencimento o chicote do feitor, levando os trabalhadores à exaustão. Outras condutas dantescas evoluem para o assédio sexual, que se caracterizam mesmo sem contato físico, como expressões verbais, imagens ou mensagens enviadas pelas redes digitais e formas sutis, como comentários e gestos. Nesse sentido, para conter e prevenir esses assédios, o SEEB/SE desde 2016 fez parceria com o Ministério Público Estadual, o que resultou na produção da nossa cartilha Assédio Moral e Sexual: Previna-se.

JLPolítica & Negócio – Mas de que forma o SEEB-SE combate o assédio no local de trabalho?
IP – Temos mantido nossa campanha contra os assédios nos locais de trabalho. Visitamos agências e unidades bancárias para distribuir a nossa cartilha denominada Assédio Moral e Sexual: Previna-se. Além disso, mantemos no site o link para denúncias e temos as nossas assessorias dirigidas pelo Departamento Jurídico do SEEB.

Se você vir Ivânia Pereira num coletivo como esses das Margaridas, saiba: não é diversão, é luta de classes

BANCÁRIO, UM TRABALHADOR SINDICALMENTE ATIVO
“Historicamente os bancários têm uma forte tradição de envolvimento com os sindicatos e mobilizações para melhorar as condições de trabalho e defender seus direitos. Em Sergipe, sempre tivemos um alto índice de filiação e de comparecimento em assembleias”

JLPolítica & Negócio – O bancário, de um modo geral, está devidamente atento à importância das mobilizações sindicais na busca por melhores condições de trabalho?
IP – Historicamente os bancários têm uma forte tradição de envolvimento com os sindicatos e mobilizações para melhorar as condições de trabalho e defender seus direitos. Em Sergipe, sempre tivemos um alto índice de filiação e de comparecimento em assembleias. Um dos fatores que sabemos influenciar o nível de atenção e engajamento deles nas mobilizações sindicais é a própria história sindical. A categoria bancária possui uma história sindical sólida no Brasil. Muitos bancários são conscientes da importância dos sindicatos na conquista de benefícios, salários justos e melhores condições de trabalho. Como os bancários já obtiveram conquistas significativas por meio de ações sindicais no passado, este é um fator que reforça a compreensão da importância do sindicalismo. Hoje também os bancários enfrentam desafios significativos no ambiente de trabalho, como pressão por metas, longas jornadas e questões de saúde mental. Isso vem motivando um maior envolvimento nas mobilizações sindicais.

JLPolítica & Negócio – Estaria em curso que estratégias de negociação sindical para alcançar conquistas significativas para esses trabalhadores?
IP – Com a Campanha Nacional Unificada, a categoria bancária vem conquistando aumento real de salários e direitos importantes na Convenção Coletiva de Trabalho Bancária. Este ano, estamos festejando o reajuste de 4,58% nos salários. Com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC – acumulado entre setembro de 2022 a agosto de 2023 – 4,06% -, somado ao aumento real conquistado na campanha nacional do ano passado – 0,5% -, o reajuste nos salários e em todas as verbas econômicas da categoria bancária será de 4,58%. Este é o resultado da mobilização de toda a categoria, junto aos sindicatos, na Campanha Nacional dos Bancários 2022, garantido os direitos até 31 de agosto de 2024. Além de ser aplicado no salário, o índice do INPC incidirá nos vales alimentação e refeição e Participação nos Lucros e Resultados -PLR.

José Souza (aí ao lado de Ivânia Pereira) foi um sindicalista cordial, mas nunca disperso em seus objetivos e nos embates de classe

A IMAGEM IMPRESCINDÍVEL DE JOSÉ SOUZA
“A perda de José Souza é indiscutível. Souza é o que podemos denominar de figura imprescindível. Um ícone da política sindical classista no Estado de Sergipe. A vida do nosso saudoso Souza foi interrompida repentinamente, em meio ao período de greve nacional dos bancários”

JLPolítica & Negócio – Os bancos anteciparam as PLRs?
IP – Sim.Fruto da pressão dos sindicatos, boa parte dos bancos antecipou o pagamento da primeira parcela da PLR. Ou seja, mesmo em uma conjuntura política e econômica desfavorável, bancárias e bancários também conquistaram, em 2022, cláusulas de regulamentação do teletrabalho e de combate aos assédios moral e sexual.

JLPolítica & Negócio – O que está em voga na inovação do movimento sindical especificamente no campo bancário? Que desafios e oportunidades estão sendo postos em cena?
IP – O movimento sindical precisa inovar nas formas de organização capazes de manter as conquistas sociais para quem já está no mercado e direitos para quem está entrando. Precisa estabelecer uma política de atração dos jovens trabalhadores e as mulheres para as direções dos sindicatos. Romper com os preconceitos de espaços institucionais de poder, como os parlamentos, onde inclusive estão os patrões. Ampliar a representação sindical para reestabelecer os vínculos de classe trabalhadora, representando também os que temporariamente estejam desempregados.   

Ivânia Pereira: “Souza é o que podemos denominar de figura imprescindível. Um ícone da política sindical classista no Estado de Sergipe”

JLPolítica & Negócio – Como é que a convenção coletiva do trabalho bancária impacta a economia nacional no aspecto dos salários, dos benefícios e regulamentação?
IP – As convenções coletivas de trabalho bancárias desempenham um papel significativo na economia nacional, injetando R$ 14,2 bilhões. Seus impactos podem ser observados na movimentação da economia. Só de auxílio alimentação, a categoria injeta algo de em torno de R$ 6 milhões na economia sergipana. Fora salários e toda a cadeia de serviços que os benefícios dos bancários movimentam, como escolas, planos de saúde e até atividades físicas.

JLPolítica & Negócio – Que falta faz o velho José Souza nesta hora sísmica do sindicalismo e do trabalho bancário?
IP – A perda de José Souza é indiscutível. Souza é o que podemos denominar de figura imprescindível. Um ícone da política sindical classista no Estado de Sergipe. A vida do nosso saudoso Souza foi interrompida repentinamente, em meio ao período de greve nacional dos bancários, nos dias das negociações da assinatura do aditivo da Convenção Coletiva com o Banco do Nordeste. De lá pra cá, mantemos as nossas homenagens póstumas, produzimos documentário sobre a militância de Souza. Recentemente, após uma reforma no prédio do sindicato, reinauguramos nossa sede nomeando-a de José Souza de Jesus. Procuramos eternizar a trajetória de Souza, como exemplo a ser seguido. Era meu amigo pessoal, um camarada da luta política no PC do B.

O sindicalismo é uma flor que insiste em brotar do asfalto – Ivânia Pereira sabe do rigor dessas durezas e segue em frente

Com informações: JL Política.