Por Altamiro Borges
O Brasil ultrapassou nesta quarta-feira (24) a triste marca de 250 mil mortes causadas pela Covid-19, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa. Até às 18h19, segundo o site UOL, foram registradas 1.433 mortes – totalizando 250.079 óbitos desde o começo da pandemia do novo coronavírus, em março do ano passado.
Em função da postura genocida do capitão Jair Bolsonaro e da incompetência do general Eduardo Pazuello, o ritmo dos óbitos se acelerou no país. As primeiras 50 mil mortes demoraram 100 dias – entre 12 de março e 20 de junho de 2020. Da marca de 200 mil, em 7 de janeiro deste ano, até as 250 mil registradas nesta quarta-feira, foram 48 dias.
E todos os especialistas em saúde afirmam que esse ritmo macabro de mortes seguirá acelerado. Não há vacinas e nem um plano consistente de vacinação; os hospitais estão lotados e sem insumos (como oxigênio); e o isolamento social foi relaxado, a partir do mau exemplo do genocida que ocupa o Palácio do Planalto e promove aglomerações em vários cantos do país.
“Medidas de enxugar gelo”
“Desde 22 de dezembro, a média móvel de mortes, com algumas flutuações, é maior do que a primeira onda. Quer saber quando vamos chegar a 300 mil? Vamos chegar no final de março ou início de abril. Isso é aritmética simples. Estamos acima de 1 mil mortes por dia”, lamenta Domingos Alves, da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista ao G1.
Já Ethel Maciel, pós-doutora em epidemiologia, alerta para o pior, com o aumento das internações e mortes no próximo período. “O problema é que estamos com pouquíssimas medidas de restrição. Restringir de 23h às 5h é melhor que nada, mas é muito ruim. As pessoas andam em transporte coletivo lotado, entram em outros lugares sem nenhum controle”.
O laranjal bolsonariano não fez sequer uma campanha publicitária massiva de incentivo à vacinação. “A falta de informação dá a entender que com a chegada da vacina nós temos um viés de salvação, mas tudo indica que o processo vai ter um efeito só no final do ano. Até lá o cenário vai piorar, e isso é um cenário real”, enfatiza Domingos Alves. Para ele, as medidas adotadas até agora são “de enxugar gelo”.